A tensão internacional criada pela decisão da Coréia do Norte de testar mísseis no Mar do Japão vai derrubando as principais bolsas do mundo, desde a abertura, na manhã desta quarta-feira. No caso do Brasil, a pressão de alta sobre o dólar aumentou. A moeda americana fechou em alta de 1,43%, vendida a R$ 2,200.

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Na Bolsa de Valores de São Paulo, o Ibovespa caía 2,68%, por volta das 16h43min, aos 36.365 pontos e movimento financeiro reduzido de R$ 1,843 bilhão. O risco-país, termômetro da confiança dos investidores na economia brasileira, segue estável, a 247 pontos.

O desempenho global negativo está sendo liderado pelas bolsas americanas, que parecem ter encerrado o ciclo de otimismo gerado pelo comunicado do banco central dos Estados Unidos (Fed, na sigla em inglês), da semana passada.

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O texto do Fed sinalizava a possibilidade de interrupção na alta dos juros, mas agora os investidores estão apreensivos com o cenário geopolítico global, explicou o gestor de Renda Fixa da corretora Concórdia, Jorge Alberto Cabral.

Nesta quarta-feira, no mesmo horário, o Dow Jones caía 0,77%, o Nasdaq recuava 1,75% e o seletivo S&P 500 apresentava queda de 0,80%. Na Europa, a onda pessimista também varreu as bolsas. Em Londres, a queda foi de 0,97%%; em Paris, de 1,26%, e em Frankfurt, de 1,80%. Os preços do petróleo também seguem em alta em Londres (2,32%) e Nova York (1,47%), onde o barril atingiu a cotação recorde de US$ 75,40.

De acordo com Jorge Cabral, os temores contaminam todos os mercados, inclusive os de países emergentes, como o Brasil e não se referem apenas á Coréia do Norte.

-Os norte-coreanos resolveram desafiar a comunidade internacional testando mísseis logo no Dia da Independência dos americanos. Mas, no México, a recontagem de votos também assusta porque o mercado já tinha precificado a vitória do candidato do governo - lembrou.

A bolsa mexicana cai mais de 3%, refletindo a instabilidade provocada pelas eleições presidenciais, já que os dois principais candidatos se consideram vencedores com praticamente 100% das urnas apuradas (saiba mais). Jorge Cabral também inclui no rol das preocupações, ainda que com peso bem menor, a entrada da Venezuela no Mercosul, medida que desagradou aos Estados Unidos, principal investidor da América Latina.

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Segundo ele, uma piora no cenário político internacional pode aumentar o nível de cautela nos Estados Unidos, fazendo com que a taxa de juros continue em elevação, chegando próximo dos 6% anuais.

- Além do risco dos Estados Unidos não interromperem o seu ciclo de aperto monetário, ainda existe a possibilidade da Europa voltar a subir juros. Apesar de muitos analistas não acreditarem nisso, eu acho que o Banco Central Europeu vai aumentá-los, novamente. E, na semana que vem, tem também a decisão do BC japonês sobre os juros no país - acrescentou.