A partir de 16 de fevereiro, a mistura de etanol na gasolina deve subir de 25% para 27%. A proposta foi acordada entre setor produtivo e o ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante, nesta segunda-feira (2) e será apresentada amanhã para a presidente Dilma Rousseff, a quem caberá a decisão final.

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O acordo define que, no caso da gasolina aditivada (premium), o percentual da mistura continue em 25%.

Com a retomada da cobrança da Cide (imposto regulador sobre a gasolina) e a elevação do PIS/Cofins sobre a gasolina, que vão acrescentar R$ 0,22 ao preço do litro do combustível, uma elevação do álcool anidro na mistura deve aliviar essa alta de preço.

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A medida vai favorecer o setor sucroalcooleiro, que estima um aumento na demanda anual por etanol em 1 bilhão de litros, segundo Elizabeth Farina, presidente da Unica (União da Indústria de Cana-de-Açúcar). As usinas brasileiras produziram 28 bilhões de litros de etanol no ano passado.

De acordo com o presidente da Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores), Luiz Moan, estudo feito pela Petrobras concluiu que a elevação da mistura não representa prejuízo para o motor e não compromete o desempenho dos veículos. Outro estudo conduzido pela entidade, que testa a durabilidade, será concluído no fim de março.

Era esperado um aumento da mistura para 27,5%. Segundo Moan, decidiu-se pelo número fechado porque as bombas nos postos atualmente não têm capacidade de fazer análise do percentual quebrado, o que poderia gerar dúvida ao consumidor.

Em abril, após concluído o estudo da Anfavea e com nova tecnologia nas bombas, é possível que o percentual vá para 27,5%.

Segundo Farina, o setor vai dar conta da nova demanda. "Não existe nenhuma preocupação com abastecimento. Temos estoque para um mês depois de a safra terminar", disse.

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Farina comemorou a decisão como no "timing certo", dado o momento difícil do setor.

Bioeletrecidade

Outro assunto discutido foi a ampliação do uso de eletricidade produzida a partir do bagaço da cana-de-açúcar na matriz energética brasileira, como alternativa à produção hidrelétrica, comprometida por causa da seca.

Ano passado, a oferta desse tipo de energia para o mercado livre cresceu 20%, abastecendo 11 milhões de casas, afirmou Farina. Segundo ela, essa geração reduziu em 14% o uso de água nos reservatórios das hidrelétricas.

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