O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, afirmou ontem que o porcentual de álcool anidro na gasolina poderá ser elevado de 20% para 25% "a qualquer momento". Segundo o ministro, a possibilidade de adicionar mais álcool está em estudo, caso a produção do etanol cresça e justifique esse aumento. Lobão destacou que, caso a produção do etanol continue no atual patamar, os 20% serão mantidos. Segundo ele, não há prazo para que a medida seja definida.
"Estamos mantendo os 20%, mas a qualquer momento poderemos voltar aos 25%. Se a produção de etanol continuar no patamar em que se encontra hoje, e que estava no ano passado, vamos mantê-la em 20%", disse Lobão. O aumento da mistura é um pedido da Petrobras, que tem registrado prejuízos por causa das elevadas importações de gasolina. Com mais álcool na mistura, a demanda pelo combustível fóssil diminuiria.
Dados da Unica (representante dos usineiros) mostram que, embora as estimativas apontem para um pequeno aumento de produção nesta safra (2012/13), as usinas de álcool ainda estão trabalhando mais devagar que no ano passado. Até 15 de junho, a produção de etanol somou 3,6 bilhões de litros, 33% menos que no mesmo período da safra 2011/12. A queda é atribuída às chuvas em quase todas as regiões produtoras, que prejudicaram a colheita de cana.
Desvantagem
Na bomba, o álcool tem perdido a disputa com os combustíveis fósseis. Na média nacional, desde janeiro do ano passado sai mais barato usar gasolina. No Paraná, um dos quatro maiores produtores, a duração da vantagem da gasolina é um pouco mais curta em Curitiba, por exemplo, é mais vantajoso abastecer com o combustível fóssil desde meados de 2011.
Com isso, a produção de etanol vem perdendo fôlego e o setor admite estar em crise. Por isso, o governo planeja lançar até setembro um conjunto de medidas para estimular o segmento.
Frota
Se em 2009 o etanol abastecia 54% da frota nacional de veículos médios, hoje esse porcentual não passa de 35%, segundo a Unica. Cerca de 85% das vendas de veículos leves no país são de modelos flex, que já somam cerca de 50% da frota nacional.