A Mitsubishi Motors admitiu ter manipulado desde 1991 testes de economia de combustível realizados em seus veículos, um novo golpe após uma série de escândalos que abalaram a montadora japonesa.
“Para o mercado local, utilizamos este método desde 1991”, disse o vice-presidente da empresa, Ryugo Nakao, em entrevista coletiva. Ele disse não saber quantos modelos foram afetados.
A Mitsubishi Motors anunciou na semana passada que utilizou um método que não está de acordo com a legislação japonesa para “apresentar taxas de consumo de combustível mais favoráveis que a realidade”.
A empresa informou que a medida havia afetado 625 mil veículos fabricados desde 2013 e que foram vendidos apenas no Japão, incluindo 468 mil produzidos pela também japonesa Nissan.
Segundo a montadora, quatro modelos Mini teriam sido afetados pela fraude: Mitsubishi eK Wagon, Mitsubishi eK espaço, Nissan Dayz e Nissan Roox. Eles são fabricados pela montadora para a Nissan. No entanto, o jornal econômico “Nikkei” afirma que a manipulação envolveria “dezenas” de modelos de veículos da empresa.
Nesta terça-feira (26), o presidente da montadora, Tetsuro Aikawa, voltou a pedir desculpas. Desde que o caso veio a público, as ações da Mitsubishi perderam metade do valor na Bolsa de Tóquio.
Negócios
A Mitsubishi Motors, conhecida pelos modelos 4x4 Outlander e Pajero, vende quase um milhão de carros por ano.
Para o ano fiscal encerrado em março de 2016, o grupo espera um volume de negócios equivalente a 18 bilhões de euros (US$ 20,3 bilhões). Os resultado serão divulgados nesta quarta-feira (27).
O anúncio ocorre em um momento em que a indústria automobilística passa por controles mais rígidos, depois que a alemã Volkswagen admitiu ter instalado um software para manipular os resultados de emissões em milhões de veículos.
O grupo Volkswagen registrará em 2015 perdas de bilhões de euros, provocadas pelas provisões que a empresa deve constituir para enfrentar os custos e indenizações, ainda não determinados, vinculados ao “dieselgate”.
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