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Curitiba – Embora nos Estados Unidos a onda do momento seja os alimentos com o selo de baixo carboidrato (do inglês, low carbs), há quem duvide que ela chegue às prateleiras brasileiras com tanta força. Lá, o segmento ganhou espaço com a propagação das famosas dietas de South Beach e do doutor Robert Atkins. Ambas pregam a redução do consumo de carboidratos como o principal caminho para emagrecer, substituindo o nutriente por proteínas ou mesmo gordura. Em um país onde a população de obesos chega a 64% (na faixa maior de 20 anos), o método virou um verdadeiro fenômeno. Aqui, no entanto, ainda é raro encontrar produtos desse tipo nas prateleiras.

Segundo o presidente da Associação da Indústria de Alimentos Dietéticos para Fins Especiais e Suplementos Alimentares (Abiadsa), Carlos Eduardo Gouvêa, não há uma mobilização da indústria para mudar essa realidade. "Vejo esse movimento como um modismo que dificilmente vai chegar aqui em grande escala", diz. "Embora o conceito tenha se expandido pela literatura [os dois livros que defendem as teorias já venderam juntos quase 200 mil cópias], dificilmente ele será disseminado para o grande público."

A gerente de produtos da Nutrimental, Ludmila Holz, também não acredita que a moda "low carbs" chegue com força ao Brasil, pelo menos por enquanto "Nós, particularmente, não temos planos para investir nesse segmento agora."

Uma das poucas empresas brasileiras que está apostando no segmento é a United Mills, fabricante da barra de cereais Trio. Há poucas semanas, a empresa lançou uma versão do produto com teor reduzido de carboidratos. "Os nossos investimentos são infinitamente pequenos, quando comparados ao andamento de projetos semelhantes nos Estados Unidos", diz o representante da área de marketing da empresa, Rafael Piovezan. "Mas nossa linha tem tudo para crescer e contribuir para o desenvolvimento deste mercado no Brasil." Segundo Piovezan, outros investimentos no segmento "low carbs" estão sendo estudados pela empresa, mas ainda sem definição.

Além do Trio, a nutricionista Maria Luiza Carvalho de Souza diz que já há, no meio acadêmico, notícias de outras pesquisas de produtos com baixo índice de carboidratos. "Muita gente, mesmo aqui no Brasil, já pratica esse conceito, restringindo a alimentação. Mas é difícil saber se esses produtos vão pegar."

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