As moedas da Índia e da Indonésia foram pressionadas nesta quinta-feira pela decisão do Brasil de taxar as operações com recibos de ações brasileiras no exterior, com o objetivo de restringir a migração de investidores do mercado local depois da cobrança de IOF anunciada no mês passado.
A medida levantou temores na Ásia de que mais países asiáticos possam adotar controles de fluxo de capital.
O presidente do banco central de Taiwan aproveitou a oportunidade para alimentar as dúvidas de especuladores sobre apostas em ganhos na moeda local, enquanto a Índia descartou a necessidade de uma ação imediata, mas ambos ressaltaram que estão observando de perto os fluxos de capital.
Com as economias ocidentais ainda saindo da recessão e os juros em recorde de baixa, os mercados emergentes, com crescimento mais forte, estão sendo inundados de recursos.
Na Indonésia, a rúpia caiu cerca de 1 por cento, para 9.510 ante o dólar, mesmo com o BC vendendo dólares para dar suporte à moeda.
A rúpia da Índia recuava 0,5 por cento, para 46,41/42 por dólar.
Na quarta-feira, o Brasil anunciou a taxação de 1,5 por cento, dizendo que a cobrança busca "equalizar" os mercados após a cobrança de 2 por cento de Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) para investimentos estrangeiros voltados a renda fixa e ações no Brasil, como forma de tentar conter a valorização do real.
Com a medida, muitos investidores em bolsa passaram a negociar apenas ADRs, para evitar a taxação. Mas outros compravam ADRs com o objetivo de cancelar os recibos, tendo em troca ações no mercado doméstico e, assim, escapando da incidência de IOF.