Com cuidado, o colecionador e empresário Marcelo Arriola manuseia uma das 16 moedas feitas para comemorar as Olimpíadas do Rio de Janeiro. Com valor de face de R$ 1, o exemplar com a bandeira dos jogos é considerado raro e custa de R$ 20 a R$ 60 no mercado de colecionadores. Já as demais podem ser comercializadas por até R$ 3, desde que não possuam riscos ou avarias.
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As edições especiais dos jogos criaram uma corrida entre os colecionadores e acendeu o interesse de pessoas de fora do universo da chamada numismática, o que alimenta um mercado paralelo e ultrasegmentado. “Assim como houve uma febre dos álbuns de figurinhas da Copa, agora há uma alta procura pelas moedas das Olimpíadas, inclusive por colecionadores estrangeiros”, afirma Arriola, proprietário da loja Casa do Colecionador.
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De acordo com ele, a principal régua para medir o valor de uma moeda ou cédula é a sua tiragem. Quanto menor ela for, mais rara – e cara – será. O Banco Central informa que a maior parte das moedas em homenagem às Olimpíadas possui 20 milhões de exemplares em circulação. Já a que possui a bandeira e foi cunhada em 2012, após o anúncio do Rio como sede dos jogos, teve uma tiragem menor, de 2,016 milhões.
Até a última fabricação das moedas comemorativas, em fevereiro deste ano, os itens podiam ser trocados em sacos fechados de R$ 50 no BC ou no Banco do Brasil. Cada pacote possuía 50 exemplares de uma mesma modalidade esportiva. Entretanto, os colecionadores contam que estas opções já não estão mais disponíveis no mercado.
Além dela, uma alternativa é a compra de cartelas com quatro moedas, que podem ser adquiridas no site do BB por R$ 45.
Raridade
O criador do blog Numismática Curitiba, Genilson Ribeiro, afirma que para os colecionadores as moedas mais valiosas são aquelas classificadas como flor de cunho, que são intocadas e não possuem riscos ou avarias. Para manuseá-las, são usadas pinças e luvas, o que evita a oxidação.
Edições especiais e tiragens limitadas, que podem decorrer de períodos de crise econômica e baixa circulação de dinheiro, também são mais valorizadas. As moedas de cinco centavos de 1998, que tiveram 24 milhões de unidades fabricadas, custam hoje até R$ 1. Pode parecer pouco, mas em oito anos a valorização foi de 2.000%, um lucro raríssimo de se encontrar em qualquer investimento.
Outro exemplo são as edições limitadas de R$ 1 do cinquentenário da Declaração Universal dos Direitos Humanos, também de 1998. No mercado da numismática, essas moedas têm valor de mercado que varia entre R$ 100 e R$ 200. “As pessoas têm o costume de pegar o dinheiro e não olhar para ele, mas muitas vezes o troco do cafezinho pode valer mais do que um dia inteiro de trabalho”, conta Ribeiro.
Os canais de compra e venda das moedas são as lojas especializadas, feiras de antiguidade e as páginas de compras on-line, como o Mercado Livre. Para saber se o valor cobrado é justo, o blogueiro indica a busca dos catálogos das associações e entidades de colecionadores.
Para colecionador
Além das moedas em circulação, o Banco Central possui edições limitadas de moedas feitas em ouro e prata. Os itens só podem ser adquiridos sob encomenda e podem chegar a R$ 1.180.
Cédulas
A lógica de precificação das moedas também é válido para as cédulas. De acordo com o criador do blog Numismática Curitiba Genilson Ribeiro, as tiragens com poucas unidades e as que possuem falhas de impressão são as mais procuradas. Cédulas com ministros da Fazenda que ficaram pouco tempo no cargo são um exemplo. Já as notas de R$ 100 de 1994 que saíram sem a inscrição “Deus Seja Louvado” podem alcançar até R$ 4 mil, dependendo do estado de conservação.
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