O momento atual é bastante positivo para quem já está no mercado, mas analistas sugerem cautela extra para quem está de fora e deseja começar a investir em ações. Isso porque, tanto no Brasil quanto em outros países, as bolsas de valores estão em suas máximas históricas – ou bastante "esticadas", como se diz no jargão dos operadores.

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A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), por exemplo, bateu novo recorde esta semana, alcançando 49.675 pontos, com valorização acumulada de 10,76% neste ano, até a sexta-feira. Em Nova Iorque, o índice Dow Jones, que mede o desempenho dos papéis mais negociados da bolsa americana, também bateu recorde durante esta semana, ultrapassando os 13 mil pontos.

Em momentos como este, entrar no mercado pode ser perigoso. Qualquer sinal negativo no Brasil ou no exterior vira pretexto para os investidores embolsarem os ganhos acumulados até agora. Com a chamada "realização" de lucros – ou seja, o momento em que os investidores percebem que seus papéis valorizaram-se bastante e resolvem vendê-los, para embolsar o ganho –, as ações acabam se desvalorizando.

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"Eu esperaria um pouquinho, mesmo que ela vá a 51 mil pontos. Mesmo porque isso é pouca valorização sobre o patamar de hoje. Ela [a Bovespa] precisa de uma realizada para voltar a subir com força", sugere o operador Marco Lacombe, da Planner. "Tanto aqui quanto lá fora as bolsas estão muito esticadas", completa.

Hélio Pio, gerente comercial da corretora Ágora, concorda que no curto prazo o mercado deve sofrer uma realização de lucros. Mas a tendência, lembra ele, continua sendo de alta no longo prazo. "Principalmente pelo cenário em que estamos inseridos agora, com uma economia mais forte e menos suscetível aos abalos externos. O Brasil tem muito espaço para a bolsa se valorizar bastante, ainda neste ano", afirma.

No ano passado, o índice Ibovespa teve valorização de 32,9%, com volume médio de R$ 2,434 bilhões negociados diariamente. (FL)