O presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Luiz Moan, disse nesta quinta-feira (4) que a entidade deixou a cargo das centrais sindicais a negociação com o governo para aumentar os prazos de lay-off, mas que está dando todo o apoio para os sindicatos. "Estamos absolutamente de acordo para um mecanismo mais flexível de proteção ao emprego. Pode ser uma extensão do lay-off ou um novo mecanismo de redução da jornada de trabalho", afirmou.
Segundo ele, essa medida não visa necessariamente o momento atual, mas sim os períodos cíclicos de baixa na produção do setor. De acordo com Moan, mesmo com as recentes demissões, as montadoras mantêm o nível de emprego combinado com o governo. "Desde o acordo em 2012, temos uma redução de 13,6 mil postos usando alguma das cinco condições combinadas", explicou.
Em relação aos estoques no setor, que tiveram um pequeno aumento em novembro, para o equivalente a 42 dias de vendas, Moan afirmou que a entidade trabalha em duas frentes para sua redução: aumento de vendas e redução de produção. "Temos um nível de vendas bastante alto em relação ao passado recente. E em novembro houve uma queda de produção de quase 10% em relação a outubro. O que acontece é que muitas vezes a produção continua elevada em função, por exemplo, de lançamentos de novos modelos", comentou, justificando a dificuldade de reduzir os estoques.
Moan também voltou a afirmar que a Anfavea trabalha com a volta integral do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI)a partir de janeiro do próximo ano, o que significaria uma alta de 4 pontos na alíquota no caso de modelos 1.0, que por sua vez representaria um repasse de aproximadamente 4,5% nos preços dos automóveis.
Ele também reforçou que a entidade tem trabalhado para a promoção de acordos comerciais com outros países, até mesmo para compensar a queda nas exportações para a Argentina. Entre os principais focos estão México, Colômbia e alguns países da África. No caso dos colombianos, a Anfavea deve realizar na próxima semana sua última reunião com a representante local das montadoras, de onde deve sair uma proposta que será enviada aos governos dos dois países, que depois se sentarão para negociar os termos do acordo.
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