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Logística

RMC e Campos Gerais são as regiões preferidas pelas empresas para se instalar

Apesar de o investimento ter migrado para o interior nos últimos anos, as regiões mais próximas de Curitiba ainda são as mais procuradas pelas empresas quando se trata de projetos de maior porte, segundo levantamento da Secretaria de Indústria, Comércio e Assuntos do Mercosul. Somente em São José dos Pinhais, na região metropolitana (RMC), são R$ 3,4 bilhões em investimentos de empresas como Renault, Audi, Volkswagen, Broze e Aker Solutions. Curitiba e e Fazenda Rio Grande receberão, por sua vez, R$ 1,96 bilhão e R$ 1,4 bilhão respectivamente. Ponta Grossa, a cerca de 100 quilômetros da capital, totaliza R$ 2,2 bilhões .

E vem mais investimento por aí, já que a região de Curitiba está cotada para receber a empresa turca Metyx Composites, que fabrica materiais compósitos, como fibra de carbono e fibra de vidro. O projeto deve envolver recursos de 50 milhões de euros (R$ 150 milhões).

Isoladamente, o maior investimento anunciado no estado foi a da Klabin em Ortigueira, na região dos Campos Gerais, que soma, em valores atualizados, R$ 6,8 bilhões. A nova fábrica deve produzir 1,5 milhão de toneladas por ano a partir de 2015. A companhia está investindo outros R$ 230 milhões para a modernização da fábrica de Telêmaco Borba.

O segundo maior investimento do estado dentro do Paraná Competitivo é o do grupo Petrópolis, dono da marca Itaipava, que anunciou nesse ano que pretende investir até R$ 2,2 bilhões na construção de uma fábrica de cerveja, uma maltaria – ainda sem localização definida – e montar uma rede de distribuição no estado, além do arrendamento da processadora de soja Imcopa.

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Ranking de competitividade

O Paraná passou o Rio Grande do Sul e Minas Gerais no ranking Competitividade dos Estados Brasileiros elaborado pela consultoria britânica Economist Intelligence Unit em parceria com o Centro de Liderança Pública.O Paraná ficou com 63,9 pontos, atrás de São Paulo, que se mantém no topo da lista, com 77,2, e do Rio de Janeiro, com 72,3. O ranking foi elaborado entre abril de 2013 e abril desse ano. Em 2012, o Paraná era quinto colocado.

R$ 26,8 bilhões em investimentos privados foram enquadrados no programa Paraná Competitivo entre 2011 e julho deste ano, e 52 mil empregos diretos foram ou ainda serão gerados, segundo números do governo do estado.

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O volume de investimentos privados no Paraná poderá chegar a R$ 30 bilhões em 2014, segundo projeções da Secretaria de Estado da Fazenda. O governo analisa no momento cerca de 40 protocolos de intenções de empresas interessadas em se instalar ou ampliar operações no estado dentro do programa de incentivos Paraná Competitivo. São empresas de diversos setores – de montadoras de automóveis e tratores a indústrias de cerâmica, passando por cervejarias e processadora de carne.

INFOGRÁFICO: Veja a distribuição de investimentos no programa

O governo não dá detalhes sobre os novos empreendimentos, mas a Gazeta do Povo apurou que estão em análise a instalação de duas cimenteiras – a Golden Mix e a Tupy Mineradora – e da fabricante de tratores russa MTZ Belarus. Uma fábrica de cerâmica, cujo nome é mantido sob sigilo, deve investir R$ 100 milhões no estado. A nova safra de investimentos deve incluir ainda projetos da Seara e da Nissan.

A Seara,do grupo JBS, tem interesse em investir R$ 25 milhões no aumento da capacidade de processamento de frango em Jacarezinho, Carambeí e Lapa. A Nissan, por sua vez, teria planos de colocar em operação uma nova linha de produção em São José dos Pinhais, na região de Curitiba.

O principal benefício do programa é a prorrogação do pagamento do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) por até oito anos. As empresas passam a usufruir do diferimento, no entanto, apenas quando o empreendimento começa a ser executado.

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Grupo de trabalho

Nem tudo que é anunciado, no entanto, sai do papel. Um exemplo é o projeto da Flessak Energia Eólica (Feel), que previa a produção de turbinas e pás para usinas eólicas em Francisco Beltrão e Toledo. O empreendimento, anunciado como investimento de US$ 50 milhões, foi cancelado por falta de acordo entre os sócios.

Segundo o secretário da Fazenda Luiz Eduardo Sebastiani, a secretaria quer acompanhar mais de perto a execução dos projetos enquadrados no programa. Foi criada uma equipe com 11 pessoas para cuidar apenas do Paraná Competitivo dentro da estrutura da secretaria. "Hoje o acompanhamento ainda é manual e a fiscalização para ver se os investimentos estão saindo do papel é feita pelas delegacias da Receita Estadual, mas queremos ter um controle maior desse processo", diz. O grupo, formado por advogados, economistas, engenheiros e auditores, passou a acompanhar e centralizar todo o processo, que antes era realizado em outras secretarias do governo. "Isso deve dar agilidade na análise, que poderá ser feita entre 15 e 20 dias."

Apesar do desempenho mais fraco da economia nesse ano, Sebastiani diz que a procura por novos investimentos continua aquecida. "Na verdade as empresas olham o longo prazo, o que o Brasil e o estado representam em termos de potencial de mercado", diz. A guerra fiscal entre os estados para atrair empresas também não arrefeceu. Os principais "concorrentes" do estado são São Paulo, Minas Gerais e os vizinhos do Sul. "O incentivo fiscal é só mais um fator de concorrência, mas muitos estados continuam a ser bastante agressivos."

Nissan negocia nova linha de produção

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A Nissan negocia com o governo do Paraná um novo pacote de investimentos no estado. A montadora de origem japonesa, que em abril inaugurou uma nova fábrica em Resende (RJ), com investimentos de R$ 2,6 bilhões, teria interesse em montar uma nova linha de produção em São José dos Pinhais, na região de Curitiba. Representantes da montadora procuraram o governo para falar do investimento, que deve se enquadrar no Paraná Competitivo. O valor do investimento ainda não estaria fechado, mas especula-se que ele poderia envolver, inicialmente, R$ 500 milhões.

Atualmente, a montadora compartilha com a Renault a a fábrica da empresa francesa em São José dos Pinhais, onde são montadas a picape Frontier e a minivan Livina, que entrou em linha em 2009. Nessa unidade, a Renault monta o utilitário Master. A Nissan tem cerca de 130 funcionários na unidade. Procurada, a montadora não retornou o pedido de entrevista.

Depois de decidir transferir sua sede e sua área de engenharia para o Rio de Janeiro, a empresa recentemente resolveu manter o corpo de engenheiros no Paraná. A Nissan tenta acelerar sua produção para colocar mais carros na rua, driblar o mau momento do setor automotivo e fortalecer a marca. A meta da empresa é ganhar um ponto porcentual de mercado a cada ano, até chegar a 5% das vendas totais em 2016, quando pretende ser a principal marca japonesa no ranking de vendas no país, posto hoje ocupado pela Toyota.

Inaugurada em abril, a fábrica no Rio tem capacidade para montar 200 mil veículos, emprega cerca de 1,5 mil funcionários e trabalha em um turno. Além do compacto March, no segundo semestre, a fábrica passará a montar o sedã Versa. A intenção da empresa seria investir na produção de mais modelos no país.

Com a produção nacional, a empresa acaba com o problema gerado pelas cotas de importações do México, que restringiram as vendas da marca no país nos últimos dois anos.

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