Impacto
Fornecedores também estão parados
A situação dos fornecedores das montadoras é diferente da apontada pelas concessionárias. Jamil DÁvila, secretário-geral do Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba, afirma que as empresas que fornecem exclusivamente para a Volkswagen também estão paradas esta semana e vão fazer a compensação dos dias quando houver necessidade. Dos 26 fabricantes de autopeças que fornecem para a Volkswagen, 17 não têm outros clientes.
O diretor regional do Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos Automotores (Sindipeças) no Paraná, Benedicto Kubrusly Júnior, comenta que o reflexo na rede de fornecedores ocorre na mesma proporção do que se verifica na montadora. "Quando cai o balde, cai a corda", brinca. Mas ele está otimista e espera que se confirme a tradição de que as vendas no segundo semestre sempre são melhores.
Os estoques de veículos nos pátios das montadoras e nas concessionárias atingiram 37 dias para a venda no mês de agosto, com um total de 398.796 veículos. Em julho, os estoques estavam em 36 dias, ou 367.100 unidades, segundo levantamento realizado pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea).Na indústria, os estoques em agosto chegaram a 14 dias, com 155.180 veículos, ante os 12 dias marcados em julho. Nas concessionárias, ainda de acordo com a Anfavea, os estoques desceram de 24 dias em julho para 23 dias em agosto. No entanto, no início desta semana, a Fenabrave, entidade que reúne as concessionárias, informou que os estoques na rede de concessionárias estavam em 40 dias, o que "já preocupava".
Com o intuito de ajustar os estoques, algumas montadoras já promoveram férias coletivas, como GM, Volkswagen e Fiat. A média de estoques considerada normal para analistas é de 25 dias para a venda. "A maioria das empresas já se ajustou e a expectativa é que em setembro ocorra uma normalização", disse o presidente da Anfavea, Cledorvino Belini.
Carros em falta
Ao contrário das montadoras, que estão com estoques elevados, as concessionárias de Curitiba começam a se preocupar com uma possível falta de modelos específicos, de determinadas cores, de acessórios e até de veículos que possam atender à demanda dos consumidores. Roger Wolf Pedroso, diretor do Grupo Servopa, que vende mais de mil veículos novos por mês em dez revendas no estado, teme que isso ocorra. Segundo ele, os revendedores Volkswagen podem ser prejudicados em alguns casos específicos, mas não devem sentir impactos significativos em seus estoques.
Pedroso diz que está sendo cumprido o acordo feito entre fábrica e concessionários, que prevê que os revendedores tenham 21 dias de estoque. "Tenho oferta dentro da minha capacidade de atendimento", afirma.
Antonio Carlos Altheim, diretor do Grupo Corujão, que também vende Volkswagen, afirma que há carros suficientes para venda, mas não acredita que a folga dada aos funcionários da Volks em São José dos Pinhais afete o mercado. O Corujão, que tem quatro lojas em Curitiba e uma em Blumenau, vende cerca de mil veículos por mês.
O gerente de veículos novos da Ford Center, Ivan Corsato, diz que está trabalhando com estoque equilibrado, mas ele está com receio de não conseguir ter volume suficiente em outubro e novembro para atender ao aquecimento tradicional das vendas no último trimestre do ano. Corsato conta que forma um estoque de mil unidades todos os meses e vende aproximadamente 700 carros nas cinco lojas. Isso quer dizer que, no fim de setembro, devem sobrar 300 automóveis. O receio do gerente é de que em outubro, devido à paralisação da Ford entre 12 de setembro e 7 de outubro, ele não consiga formar o estoque necessário para atender os clientes.
Na Copava, a assessoria de imprensa informa que a concessionária está trabalhando dentro da normalidade e que vai esperar os próximos movimentos da montadora.
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