As montadoras vão levar ao Ministério da Economia, nas próximas semanas, estudo que prevê potencial de exportar de 800 mil a 1 milhão de automóveis além do previsto atualmente caso a alíquota de desconto do programa Reintegra seja ampliada de 0,1% para 10%. A reivindicação é o novo foco do setor, que vê a medida como uma "ponte" até que a reforma tributária seja aprovada.
Segundo dados preliminares, o aumento das exportações compensaria o valor repassado pelo Reintegra, geraria arrecadação extra e empregos em toda a cadeia produtiva. Neste ano, o setor deve exportar perto de 500 mil veículos.
O Reintegra foi instituído em 2011 para incentivar as exportações de todos os setores. Desde então, a alíquota variou de 0,1% a 3% e, neste ano, está no porcentual mais baixo. Cálculos das montadoras indicam que o automóvel exportado do Brasil embute, em média, 15% de impostos residuais, situação que não ocorre em outros países.
"Se conseguíssemos recuperar 10% com o Reintegra já ajudaria muito", afirma Carlos Zarlenga, presidente da General Motors América do Sul. O objetivo, diz ele, é ter condições de competir com mercados que não sobretaxam as exportações. "Tenho certeza de que conseguiríamos exportar para países da América do Sul que hoje importam da Coreia do Sul e da China, além da África do Sul e Oriente Médio", diz. "Nossos veículos são aceitos nesses mercados, só não temos preços."
Para o executivo, a mudança no Reintegra não se trata de incentivo setorial, "mas de não tirar a oportunidade do Brasil de ser forte exportador". Também participaram outros executivos do setor, governadores e representantes de associações.
Executivos de montadoras concordam que a reforma da Previdência é o tema mais urgente e, na sequência, a reforma tributária. Para o presidente da Mercedes Benz do Brasil, Philipp Schiemer, porém há uma urgência nas medidas para melhorar a competitividade brasileira.
"Precisamos nos abrir mais para o mundo nas exportações e nas importações para trazer novas tecnologias e ganhar escala, do contrário a indústria vai morrer pois as matrizes vão perder o interesse de investir no Brasil."
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