Incertezas geradas pela deterioração do cenário macroeconômico internacional fizeram a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) ser cautelosa e não revisar as metas para o setor automotivo brasileiro para 2011 nesta quinta-feira.

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A entidade que representa as montadoras no país também classificou como "oportuna" a nova política industrial divulgada pelo governo na terça-feira, e aguarda os direcionamentos do plano para as fabricantes de veículos, ainda em consideração.

De janeiro a julho, o licenciamento de automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus novos acumula alta de 8,6 por cento, para 2,04 milhões de veículos, ainda acima do ritmo previsto para todo o ano pela Anfavea, de crescimento de 5 por cento.

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"A realidade é que existe uma conjuntura internacional desfavorável, e não sabemos ainda quais as consequências dessa crise", disse o presidente da Anfavea, Cledorvino Belini, em entrevista coletiva.

"O ambiente macroeconômico (internacional) está contagiado e, por isso, nós decidimos manter nossas projeções", acrescentou Belini, que também preside a Fiat no Brasil.

Em julho, as vendas de veículos novos subiram 0,6 por cento sobre junho, para 306,2 mil unidades. A produção no mês passado cresceu 3,9 por cento, também frente a junho, para 307,2 mil unidades.

POLÍTICA INDUSTRIAL

Belini viu como positiva a nova política industrial, mas disse que ainda é difícil avaliar o plano do governo enquanto todas as regras para o setor automotivo não forem estabelecidas.

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"À medida que estiver tudo regulamentado, vamos ver se vai atrair investimentos", disse ele, acrescentando que a Anfavea apresentou ao governo um programa de competitividade focado em inovação.

O governo anunciou reforços ao financiamento à indústria e medidas de desoneração tributária para setores intensivos em mão de obra e exportadores, para elevar os investimentos no Brasil e compensar parcialmente danos provocados pelo real valorizado.

O presidente da Anfavea ressaltou que a Medida Provisória 540 (MP 540), publicada no Diário Oficial na quarta-feira, permitirá investimentos em inovação e tecnologia, permitindo também um "maior índice de nacionalização" dos automóveis.

Questionado sobre uma possível redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para o setor no longo prazo, Belini explicou que "essa MP dá poderes ao Executivo fazer um regime especial para incentivar o setor... (mas ainda) não dá pra saber se vai acarretar em redução do IPI".

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