O recuo de 11% na produção de veículos automotores na passagem de agosto para setembro exerceu o principal impacto negativo sobre o resultado geral da indústria brasileira no período, que registrou retração de 2%, segundo dados divulgados ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A produção de veículos teria sido impactada pela concessão de férias coletivas, que atingiu várias empresas do setor.
"Muito dessa queda da indústria está vinculada ao recuo do setor de veículos automotores. Muitas fábricas tiveram paralisação. Algumas ficaram dois ou três meses paradas. Isso acabou afetando não só a produção de automóveis, mas também a produção de bens de capital, porque atinge a produção de caminhões e veículos de transporte", explicou André Macedo, gerente da Coordenação de Indústria do IBGE. Macedo disse que as paralisações ocorreram devido aos estoques em níveis bem superiores ao desejado. "Ninguém vai parar a produção sem ser necessário", acrescentou.
Também tiveram influência negativa relevante sobre o total da indústria produtos do fumo (-30,6%), devolvendo parte do crescimento de 51,5% assinalado no mês anterior; material eletrônico, aparelhos e equipamentos de comunicações (-13,6%); máquinas e equipamentos (-4,1%); edição e impressão (-5,0%); máquinas, aparelhos e materiais elétricos (-6,0%); e outros equipamentos de transporte (-4,5%).
Por outro lado, entre as atividades que ampliaram a produção, os desempenhos de maior importância para o resultado global foram observados em alimentos (3,3%), outros produtos químicos (4,2%), máquinas para escritório e equipamentos de informática (9,6%) e refino de petróleo e produção de álcool (2,1%).
Movimento generalizado
Apesar das perdas mais intensas nos setores associados à produção de bens de consumo duráveis (automóveis) e de bens de capital (caminhões), o recuo de 2% na produção industrial brasileira em setembro foi um movimento generalizado, que atingiu 16 dos 27 ramos industriais e três das quatro categorias de uso.
Entre as categorias de uso, houve forte recuo na produção de bens de consumo duráveis (-9,0%) e de bens de capital (-5,5%). O primeiro segmento acumula perda de 12,8% apenas nos dois últimos meses de queda na produção, enquanto o setor de bens de capital eliminou o ganho de 3,0% acumulado entre junho e agosto deste ano.
O setor de bens de consumo semi e não duráveis teve retração de 1,3% em setembro ante agosto, após ter registrado um recuo de 0,9% em agosto ante julho.
O setor de bens intermediários, por sua vez, repetiu o patamar do mês anterior e foi o único que não assinalou resultado negativo neste mês.
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