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Veículos

Montadoras procuram em outros mercados a saída para crise

 | Divulgação VW
(Foto: Divulgação VW)

Com produção em queda e aumento do desemprego, o setor automotivo investe em acordos bilaterais para turbinar suas exportações. Dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) mostram que, no período de janeiro a agosto, embora as vendas de automóveis tenham caído 2,9% em dólares, as empresas aumentaram em 3,7% seus embarques em volume, o equivalente a 14,249 mil unidades.

Nesses tratados, são estabelecidos limites quantitativos de veículos que podem ser comercializados entre os dois países, sem a pesada alíquota de importação de 35%. Os atuais acordos automotivos com o México e a Argentina foram fundamentais para essa melhora. Os embarques de automóveis para o México cresceram 64% ante os oito primeiros meses de agosto do ano passado e os de caminhões subiram 176,9%. Para a Argentina, as vendas de caminhões e automóveis aumentaram, respectivamente, 13,4% e 0,9% — o que não é desprezível num país em recessão.

O levantamento do MDIC deixa clara a importância do Peru, país com o qual o Brasil também está negociando. As vendas de automóveis para o mercado peruano subiram 54,3%. Por outro lado, houve queda nas exportações para a Colômbia, o Uruguai e o Paraguai — parceiros que estão no radar do governo e do setor automotivo em termos de integração comercial.

“Com o desaquecimento do mercado interno, o canal de exportação é fundamental”, disse o secretário de Comércio Exterior do MDIC, Daniel Godinho. Segundo ele, não há tratamento diferenciado para o setor na lista de negociações bilaterais. A cadeia automotiva é dinâmica e está sempre na linha de frente, quando o assunto é o aumento do intercâmbio.

Além dos acordos com México e Argentina, fechamos recentemente uma negociação com o Uruguai e estamos investindo nas conversas com o Paraguai, a Colômbia e o Peru”, informou Godinho.

Recuperação

Para Fabrizio Panzini, economista da Confederação Nacional da Indústria (CNI), a chance de a produção industrial se recuperar é pela via das exportações. É uma forma de compensar a baixa demanda no mercado interno. “Somando esses acordos com a melhora do câmbio, as exportações podem ser retomadas”, comentou Panzini.

Após passar por Colômbia e Peru, o ministro do Desenvolvimento, Armando Monteiro, viajará nesta quinta-feira para o Paraguai. Além de conversar sobre o intercâmbio de veículos e autopeças, Monteiro vai ao país vizinho acompanhado de representantes de 59 empresas. Os setores que estarão presentes são os de couro e calçados, alimentos processados, têxteis e confecções, indústrias naval e mecânica e produtos químicos.

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