Os reajustes no preço do aço estão causando apreensão entre os executivos do setor automotivo, preocupados com a queda nas margens das operações. Para driblar este cenário adverso, que inclui o crescimento das importações para o mercado brasileiro de carros chineses e coreanos, as montadoras apostam em modelos diferenciados.

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"O aço é um fator de desafio à indústria", disse o presidente da Ford no Brasil, Marcos Oliveira, que participa do 26º Salão Internacional do Automóvel, em São Paulo. Segundo ele, os preços dos automóveis estão aumentando abaixo da inflação, medida pelo INPC, pelo menos nos últimos três anos. "Com preços menores (no varejo) e o aumento do aço, estamos tendo pressão nos resultados", afirmou.

O executivo da Ford ressaltou que a companhia vem investindo no desenvolvimento de novas tecnologias. Entre os destaques, ele aponta o lançamento de um carro híbrido, batizado de Ford Fusion Hybrid, que usa dois motores, um a combustão e outro elétrico, que deve chegar ao mercado nas próximas semanas.

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Segundo o presidente da General Motors (GM) na América do Sul, Jaime Ardila, o preço do aço subiu cerca de 30%, entretanto, não especificou em qual período. Questionado sobre os impactos da alta do aço, o executivo disse preferir "não debater o tema por meio da imprensa". Limitou-se a dizer que a companhia está hoje "com um volume maior de vendas, mas com margens menores". Para o executivo da GM, a concorrência com os carros importados e a alta nos custos serão compensadas pelo aumento da capacidade tecnológica, pela abrangência da rede de concessionárias e a competitividade das plataformas de produção.

Na avaliação do presidente da Volkswagen, Thomas Schmall, a competitividade da indústria vem sendo prejudicada pelos aumentos dos custos das matérias-primas e da mão de obra. Ele evitou comentar especificamente sobre aço, destacando que "todos os insumos vêm subindo". Segundo o executivo, a empresa deverá ampliar de 10%, em 2009, para 30% este ano a participação de aço importado na produção. "O aço é um problema", afirmou.

Asiáticos

O presidente da Fiat e da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Cledorvino Belini, afirmou ter receio quanto ao avanço das importações de carros, sobretudo os asiáticos. Segundo ele, entre 2006 e 2010 houve um crescimento de 1.200% na importação de automóveis chineses e asiáticos. "Acendemos o farol amarelo da indústria", disse. "Temos que ampliar a produtividade e a eficiência", completou.

Para Belini, os aumentos nos custos e da concorrência devem ser tratados com criatividade pelas montadoras. "A concorrência traz o progresso, nos obrigando a avançar na competitividade e na eficiência", disse. Segundo o executivo, a ampliação das importações vem sendo beneficiada pela questão cambial. "Isso é ampliado por problemas de custo de capital e estrutura logística. O Brasil, com o real forte, dá oportunidades a outros players de entrar no País", disse. Belini avalia, porém, que os investimentos de empresas asiáticas previstos para acontecerem no Brasil permitirão competir em condições de igualdade com as empresas já instaladas no Brasil. "Vão (os asiáticos) ter que pagar os mesmos custos de aço, autopeças e carga tributária", concluiu.

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