A Mercedes-Benz efetivou, na sexta-feira (8), 484 funcionários da fábrica de caminhões e ônibus de São Bernardo do Campo (SP) que tinham contratos temporários. Com a medida, a empresa encerra o processo de ajuste em seu quadro de pessoal, que começou em janeiro com a volta de 1,5 mil trabalhadores que permaneceram em lay-off (dispensa temporária) durante seis meses.
A fábrica passa a contar novamente com seu efetivo completo, de quase 12,8 mil funcionários. Desde o mês passado, também voltou a operar em três turnos de trabalho. No primeiro bimestre, a produção total de caminhões cresceu 72,7% em relação ao mesmo período de 2012, para 26,6 mil unidades, segundo a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea).
Já as vendas de caminhões caíram 7,8%, para 22 mil unidades, mas a Mercedes, sozinha, registrou alta de 67,8% nos negócios, com 5 mil unidades. O setor espera reversão desses resultados negativos a partir deste mês.
Reação
Na esteira da recuperação da produção neste início de ano no setor automobilístico, especialmente de caminhões, o mercado de trabalho começou a reagir. Depois de encerrar 2012 com 3,5 mil vagas de emprego fechadas, o setor registrou em janeiro saldo positivo de 6.916 vagas entre admissões e demissões, segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho e Emprego.
O mercado de trabalho piorou no ano passado por causa dos segmentos de caminhões e ônibus e da fabricação de autopeças. Só as montadoras de automóveis e comerciais leves geraram 6.894 vagas. Já o setor de caminhões foi atingido pela substituição tecnológica dos motores e fechou 5,8 mil vagas.
Em razão da alta dos preços da nova tecnologia, houve antecipação de compras no fim de 2011 e os negócios despencaram em 2012. "Parece que está ocorrendo uma melhora", afirma Rodrigo Leandro de Moura, pesquisador do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV).
No cenário de longo prazo, Rafael Ferrao, técnico do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), destaca que a concretização de investimentos, com a inauguração e ampliação de fábricas deverá traduzir-se em geração de empregos.
"Os investimentos vão gerar empregos, tanto nas montadoras quanto na cadeia produtiva", diz Ferrao. Desde o início do ano, algumas empresas têm contratado. A PSA Peugeot Citröen ampliou a fábrica de Porto Real (RJ) e prevê contratar 500 funcionários neste ano. A fabricante de caminhões MAN Latin America contratou 300 em janeiro, em razão da retomada da produção.
Segundo a Anfavea, as montadoras fecharam fevereiro com 151,9 mil empregos diretos, contra 145,1 mil há um ano. Os dados não captaram o fechamento de 3,5 mil vagas em 2012 porque não incluem o setor de autopeças. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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