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Montadoras terão redução de IPI até 2016, confirma governo

A Receita Federal informou nesta quarta-feira (3) que os fabricantes de veículos que tiverem instalações no Brasil terão redução do Imposto Sobre Produtos Industrializados (IPI) até julho de 2016. Não estão definidos, no entanto, valores ou a forma como esse abatimento ocorrerá para os que forem beneficiados. A desoneração será vinculada à utilização de material nacional na produção de veículos e à inovação tecnológica, explicou o coordenador-geral de Tributação da Receita, Fernando Mombelli.

O benefício englobará, além de automóveis, a fabricação de tratores, ônibus, caminhões e veículos comerciais leves, entre outros. Ele faz parte do pacote de estímulo à competitividade anunciado na última terça (2) pelo governo federal e publicado no Diário Oficial da União nesta quarta na forma da Medida Provisória 540.

"O objetivo é melhorar a competitividade do parque nacional e incentivar a produção no país. O produto de um importador independente, que não está instalado no Brasil, não vai ser beneficiado pela medida. Uma empresa que esteja só importando não vai se beneficiar, porque não vai atender aos requisitos da medida", disse Mombelli a jornalistas.

Critérios indefinidos

Segundo Sandro Serpa, subsecretário de Tributação da Receita Federal, os critérios de conteúdo nacional e de inovação para as empresas poderem se beneficiar da medida ainda serão fixados. "Vai haver um decreto. Quanto e como [de conteúdo nacional e inovação] vai ser definido ainda. A ideia é respeitar os acordos internacionais que o país já fez. Vai ter de cumprir os requisitos em sua planta nacional", declarou Serpa.

Na última terça, o presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Cledorvino Belini, disse que ainda não sabia como funcionará o novo regime automotivo. A afirmação foi feita após reunião com o ministro da Fazenda, Guido Mantega. Na ocasião, o ministro do Desenvolvimento, Fernando Pimentel, explicou que a ideia é criar incentivos para as empresas que tenham inovação no Brasil e agregação de valor, conteúdo nacional. "Tem que comprovar engenharia de produção, produto, pesquisa e desenvolvimento no Brasil. Não é trazer de fora", afirmou.

Belini disse que pediu ao governo a desoneração (redução de tributos) com base em investimentos feitos pela indústria automobilística em inovação, pesquisa, tecnologia e conteúdo nacional. A Anfavea acrescentou que investiu em inovação e tecnologia, em 2010, 1% do seu faturamento total de R$ 93 bilhões, ou seja, cerca de R$ 930 milhões.

Produção até 60% mais cara

Em junho passado, a associação de fabricantes divulgou que a produção de veículos no Brasil é até 60% mais cara do que em países como China, Índia e México. A afirmação foi feita com base em estudo realizado em parceria com a empresa de consultoria PricewaterhouseCoopers.

Segundo o levantamento, a alta do valor da mão de obra está entre os principais fatores que pesam nesse custo de produção. Esse valor, incluindo encargos sociais, é de 5,3 euros por hora no Brasil, de acordo com a pesquisa. No México, principal concorrente da região em investimentos, a média é de 2,6 euros a hora. Na China, a hora de um trabalhador custa 1,3 euro e, na Índia, 1,2 euro. "O Brasil atraía investimentos tradicionalmente pelo custo da mão de obra. Hoje em dia perdemos isso", comentou o presidente da Anfavea ao apresentar o estudo, que foi entregue ao governo.

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