Estado

Dinheiro extra chegará a 5 milhões de pessoas no Paraná

Os 5 milhões de beneficiários do Paraná vão receber R$ 7,848 bilhões de 13º até o fim de dezembro, segundo o Dieese. O valor é 9% superior ao registrado em 2012, de R$ 7,1 milhões.

O motivo da alta, segundo o economista do órgão Sandro Silva, é o mesmo visto em todo o país. "O valor médio do 13º subiu e o número de beneficiários também", relata.

O valor médio pago no Paraná será de R$ 1.510,71, 6% superior ao registrado no ano passado (R$ 1.427). A média do estado está abaixo da nacional, que é de R$ 1.663,87. "Isso ocorre porque Brasília (R$ 3.173,90) e São Paulo (R$ 1.898,28) puxam a média lá para cima’’, diz Silva.

Em Curitiba, a soma dos pagamentos da renda extra será de R$ 2,7 bilhões, montante 15% superior ao registrado no ano passado. Cerca de 1 milhão de pessoas receberão o 13º na capital paranaense. O segundo maior valor do estado, entre as 29 cidades analisadas pelo escritório regional do Paraná, é Londrina, onde pouco mais de 167 mil pessoas receberão R$ 333 milhões.

As estimativas do Dieese são feitas com base nos dados da Relação Anual de Informações Sociais (Rais), do Ministério do Trabalho (MTE), da Pesquisa Nacional de Domicílios (Pnad), do IBGE, e ainda informações do Ministério da Previdência e Assistência Social (MPAS) e a Secretária Nacional do Tesouro (STN).

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R$ 7,8 bilhões é a fatia dos pagamentos do 13º salário que ficarão com mais de 5 milhões de paranaenses neste ano. O montante é 9% superior ao valor registrado no ano passado.

O pagamento do 13.º salário colocará R$ 143 bilhões na economia brasileira até dezembro de 2013, o que representa uma alta de 10% na comparação com o ano passado. O crescimento é decorrente do aumento do número de beneficiários no país – que passou de 80,3 milhões em 2012 para 82,3 milhões neste ano – e da média nacional do valor pago, que era R$ 1.566,01, mas hoje está em R$ 1.663,87.

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Do montante total, cerca de R$ 100 bilhões (70%) serão pagos aos 50,6 milhões empregados formais do país, incluindo os trabalhadores domésticos. Os beneficiários do INSS, que totalizam 30,76 milhões, vão receber R$ 30 bilhões (30%). Já os aposentados e pensionistas da União e dos Estados terão direito a 13,5 milhões (9,4%).

Para dar conta de pagar esse dinheiro, as empresas o incluem no planejamento anual. "A gente vem provisionando mês a mês para não pesar no final do ano", conta Sebastião Moreira, proprietário da P&M Consultoria, assessoria e comercio exterior limitado. Como a lei permite, ele optou por fazer o pagamento em duas vezes – uma até dia 30 de novembro e outra até dia 20 de dezembro.

Utilização

Segundo a Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac), 61% dos brasileiros vão usar o 13.º para pagar dívidas. "A grande maioria vai sanar as pendências, mas outra grande parcela vai fazer comprar para o final do ano", afirma o diretor-executivo da entidade, Miguel Ribeiro de Oliveira.

Para o gerente financeiro do SPC Brasil, Flávio Borges, essa é uma tendência que se repete ano a ano. "As pessoas tendem a regularizar suas dívidas de uma forma geral, mas o objetivo final é poder consumir mais, como por exemplo nos presentes para o natal. O brasileiro não sabe poupar", relata.

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É o caso da assistente administrativa Alana Garrett, que vai usar parte do 13.º para pagar dívidas. "Eu emprestei de uma pessoa para pagar o banco e agora vou ter de quitar meu débito com ela. Fiz isso para não enfrentar os juros bancários", relata. A outra parte do dinheiro, no entanto, ela não vai poupar. "Vou comprar coisas de mulher, como vestidos, sapatos e beleza", comenta.

Mas nem todo mundo vai "acabar" com as dívidas. O gerente de projetos Eduardo Marques, que recebeu a primeira parcela do 13.º no primeiro semestre e deve receber a segunda em dezembro, vai reservar o dinheiro para o filho Lucas, previsto para chegar ao mundo amanhã. "Como não vamos fazer viagem e não tenho dívidas, vou usar o dinheiro para os possíveis gastos com ele", relata o futuro papai.