O novo chefe de Governo italiano, Mario Monti, prometeu nesta quinta-feira (17), em seu primeiro discurso no Senado, que aplicará um programa baseado em "rigor, crescimento e equidade" e advertiu que "o futuro do euro depende também do que a Itália fizer".
Mario Monti, que se encontra numa corrida contra o relógio com os mercados, apresentou nesta quinta-feira ao Senado seu programa para salvar o país da crise da dívida que acossa a zona euro.
"A falta de crescimento anulou os sacrifícios" feitos pelos italianos após a aplicação de vários planos de austeridade, ressaltou Monti, que se comprometeu a alcançar o equilíbrio orçamentário para 2013.
"A Europa vive os anos mais difíceis desde a Segunda Guerra Mundial", afirmou o ex-comissário europeu, antes de pedir o voto de confiança do Senado.
O economista Monti assumiu na quarta-feira o cargo de primeiro-ministro da Itália e apresentou sua equipe de governo, formado apenas por tecnocratas, no qual reservou para si a delicada pasta de Economia.
"O futuro do euro também depende do que a Itália fizer na próxima semana", reconheceu o ex-comissário europeu."Não consideramos as exigências da União Europeia (UE) como algo imposto desde o exterior. Não estamos em frentes diferentes. A Europa somos nós", disse.
"Devemos convencer os demais de que começamos a reduzir a relação entre dívida e PIB, dívida que chegou ao nível de 20 anos atrás", ressaltou.
Monti substitui o "Cavaliere" Silvio Berlusconi ao término de uma transição relâmpago, que busca tranquilizar os mercados diante de uma das crises econômicas mais graves da história recente da Itália devido a sua gigantesca dívida pública, de 1,9 trilhão de euros (120% do PIB).
O novo primeiro-ministro também prometeu uma reforma do sistema de aposentadorias, assim como do mercado de trabalho."O mercado de trabalho deve ser reformado para que seja mais equitativo. Há trabalhadores muito tutelados e outros sem nenhum amparo", disse. Tratam-se de duas reformas chaves pedidas pela União Europeia e pelos mercados.
O sistema de aposentadorias na Itália é um dos mais sólidos do velho continente, mas "apresenta amplas desigualdades e há camadas privilegiadas sem justificativa", disse.
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