O vice-presidente da agência de classificação de risco Moody's, Mauro Leos, afirmou nesta terça que uma eventual mudança de rating (nota) do Brasil não deve ocorrer em 12 meses, em função da crise internacional e de questões internas, como a verificação da gestão da política econômica, com destaque para o combate à inflação e a administração da área fiscal. "É mais provável que alguma alteração possa ocorrer em 18 meses", disse.

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Para Leos, a inflação que preocupa mais a Moody's é a de 2012 e qual a sua tendência. "Eventualmente o Banco Central e a Fazenda podem ter alguma divergência sobre o combate à inflação, mas isso ocorre em todo o mundo. O importante é ver o resultado final obtido pelo governo no término do ano", destacou.

Leos ressaltou que a gestão da política fiscal é "uma condição necessária" para que a Moody's conceda um eventual upgrade ao Brasil no médio prazo. "Mais importante do que é dito pelo governo é preciso verificar o que é feito nessa área", comentou. Contudo, ele destacou que as declarações de autoridades do governo, como o ministro da Fazenda, Guido Mantega, segundo as quais o Poder Executivo tem como meta obter um superávit primário cheio de 2011 a 2014, são "um sinal positivo" de que a administração federal está atenta a questões que não viabilizou no passado.

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"A crise pode trazer algo de bom para o Brasil", afirmou. "Por exemplo, se houver um fortalecimento da gestão fiscal ao mesmo tempo que o combate à inflação é mantido", ressaltou. "Se em função dessa postura do governo os juros tiverem condições de cair, vamos ver lá na frente", disse.

A Moody's concedeu a nota Baa2 para o Brasil em junho deste ano, com perspectiva positiva. De acordo com Leos, quando a nota soberana fica favorável, o upgrade ocorre normalmente entre 12 e 18 meses.