A agência de classificação de risco Moody’s melhorou nesta quarta-feira (15) sua perspectiva para a nota de crédito do Brasil de negativa para estável. A agência, porém, manteve inalterada a nota atual do país, modificada em 2015, em Ba2, com perspectiva de crescimento da economia entre 0,5% e 1% para este ano, ganhando força gradualmente.
O movimento da agência é importante para o país, que viu, entre 2015 e 2016, as três principais agências de classificação de risco – Standard & Poor’s, Moody’s e Fitch Ratings – rebaixarem suas notas.
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Uma perspectiva estável significa que, em tese, a nota de crédito do país não será alterada no curto prazo mas também não sofre risco de corte iminente. O país perdeu o “grau de investimento” — espécie de selo de bom pagador que é usado como referência por investidores na hora de emprestar dinheiro ao país — por essa agência em fevereiro do ano passado.
De acordo com a Moody’s, entre os fatores que motivaram a melhora está a redução dos riscos aos quais a saúde financeira do governo brasileiro está exposta e a estabilização das condições macroeconômicas “enquanto a economia apresenta sinais de recuperação, a inflação em queda e o cenário fiscal está mais claro.”
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Além disso, a Moody’s afirmou que “o funcionamento da estrutura de políticas econômicas está melhorando” e que “as instituições estão recuperando sua solidez, o que dá sustentação à planejada implementação de reformas fiscais estruturais.”
“Nos últimos seis meses, os riscos de deterioração do rating Ba2 do Brasil foram reduzidos e as condições macroeconômicas do país se estabilizaram — uma recuperação incipiente do crescimento econômico é esperada em 2017 e a inflação está caindo mais rapidamente que o esperado. O surgimento no ano passado de um ambiente positivo para as reformas, sinaliza a melhora do funcionamento das instituições que darão suporte à implementação da reforma fiscal e a aprovação da reforma da Previdência neste ano”, escreveu a agência, em nota.
A Moody’s espera que o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil tenha um crescimento entre 0,5% e 1% neste ano e uma inflação de 4,5%, no centro da meta. Para o ano que vem, se espera um PIB de 1,5%. A partir daí, a expectativa é a taxa de expansão se estabilize em torno de 2% a 3%.
Por outro lado, a agência também lembrou dos riscos que ainda existem para a avaliação do Brasil. A piora do quadro político pode comprometer o ajuste fiscal e a implementação de políticas econômicas, ressalta a Moody's.
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