Apostador em casa lotérica de Madri: economia frágil| Foto: Susana Vera/AFP

A agência de classificação de risco Moody’s reduziu ontem a nota da dívida de longo prazo da Espanha em três níveis, para Baa3, pouco acima da categoria "especulativa". A Moody’s, que citou as dificuldades da economia espanhola e do Estado para se financiar, completou que esta nota poderá ser revisada para baixo nos próximos três meses.

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O governo espanhol obteve no fim de semana o acordo de seus parceiros da zona do euro para um empréstimo de 100 bilhões de euros para resgatar seus bancos. "Isso aumentará ainda mais a dívida do país, que subiu drasticamente desde o início da crise financeira", advertiu a Moody’s. Até agora a nota estava em A3. O governo espanhol tem um acesso muito limitado ao mercado financeiro", advertiu a agência. "A persistente fragilidade da economia espanhola enfraquece sua solidez financeira" e aumenta os riscos de uma "freada" em suas chances de obter crédito nos mercados, completou.

Os mercados reagiram negativamente até agora ao pacote de resgate, o quarto para um país da zona do euro desde que explodiu a crise de 2008, devido à falta de informações. O governo conservador espanhol assegura que se trata simplesmente de um empréstimo em condições vantajosas, com a única exigência de ajudar o setor bancário, enquanto várias autoridades europeias advertiram que com o dinheiro chegarão novas exigências sobre a política macroeconômica. Esse empréstimo "piorará a posição da dívida" pública do governo, assegurou a Moody’s, que projetou que a porcentagem em relação ao PIB da dívida alcançará 90% este ano e continuará crescendo até 2015. Alguns especialistas advertem que, após esse resgate bancário, poderá haver um pacote para as finanças públicas. Apesar de tudo, a Moody’s destacou que a dívida espanhola ainda merece "grau de investimento" graças à "força inerente da economia espanhola e o claro desejo do governo de reverter a trajetória da dívida com um forte programa de consolidação financeira".

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A Moody’s também cortou o rating soberano do Chipre em dois graus, para Ba3, citando o aumento dos riscos de a Grécia sair da zona do euro e uma já tensa posição fiscal do país. A nota especulativa de crédito do país, terceira menor economia da zona do euro, também está em revisão para possíveis novos rebaixamentos, declarou a Moody’s.