A agência de classificação de risco Moody's tem uma perspectiva estável para o setor de telecomunicações da América Latina nos próximos 12 a 18 meses. A previsão é apoiada por uma maioria de empresas obtendo margens operacionais robustas e fluxos de caixa constantes apesar da forte concorrência.
As melhores condições macroeconômicas na maior parte dos países da América Latina têm ajudado a manter a qualidade de crédito estável, afirma Nymia Almeida, analista da Moody's, em relatório.
A Moody's espera que as receitas para o setor de telecomunicação na América Latina cresçam em média 5 por cento no próximo ano. As margens operacionais devem se manter entre 20 e 40 por cento se o ambiente de cortes de custos e consolidação for mantido.
Na telefonia fixa, o cenário deve ficar mais tenso, segundo a agência.
"Os operadores de telefonia fixa na América Latina encontrarão pressões crescentes em suas receitas devido a tarifas mais baixas apoiadas por reguladores assim como concorrência crescente vinda da substituição de linhas fixas por móvel", disse Almeida. Competição da telefonia pela Internet (VoIP) e de operadoras de TV a cabo também pressionarão as operadoras do segmento no longo prazo.
Em termos de investimentos, as telefônicas não devem aumentar demasiadamente os gastos nos próximos dois anos. Os investimentos deverão passar de voz para serviços relacionados à entrega de vídeo.
Segundo o relatório, a telefonia móvel deve ver o crescimento das receitas desacelerar, "na medida em que a taxa de penetração do celular permaneça próxima de 60 por cento".
As condições competitivas no Brasil "são as mais difíceis da região" por conta da existência de três ou mais empresas na maioria das regiões do país.
Enquanto isso, o desempenho do setor no México tem "consistentemente superado expectativas em termos de crescimento da base de assinantes.