A agência de classificação de risco Moody's afirmou nesta segunda que vê pressões sobre a perspectiva estável do rating (nota) triplo A da França, mas não sobre a nota em si, no momento. Em um relatório semanal, o analista sênior de crédito Alexander Kockerbeck alertou que os elevados custos de financiamento para a França, se persistirem, agravarão a situação fiscal do país, juntamente com a piora nas condições econômicas internas e externas.

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"A deterioração nas métricas da dívida e o potencial surgimento de novas obrigações estão aumentando a pressão sobre a credibilidade de crédito da França e a perspectiva estável do rating Aaa do governo - embora não nessa altura", comentou o analista. Ele lembrou ainda que o spread entre os yields (retornos ao investidor) dos bônus franceses de 10 anos e os similares alemães atingiram na semana passada o maior nível desde a implementação do euro.

Apesar de terem recuado um pouco, os custos de financiamento de longo prazo para a França continuam quase o dobro dos custos para a Alemanha. "Com a previsão do governo de um crescimento real do PIB (Produto Interno Bruto) de apenas 1% em 2012, uma taxa de juros maior vai tornar mais difícil atingir as metas de redução do déficit fiscal", explicou Kockerbeck. Segundo ele, embora demore vários anos para a questão do aumento nos yields afetar realmente o custo geral das dívidas em circulação, "uma vez que um período de custos elevados de financiamento se tornar constante, pode levar anos para voltar atrás".

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Kockerbeck acrescentou que o governo francês está apertando o cinto fiscal em um "momento crítico" para o crescimento econômico. Embora o comprometimento da administração com o controle das finanças públicas seja positivo, a previsão para o crescimento econômico e a crise de confiança nas dívidas da zona do euro são "fatores de risco importantes" para o balanço patrimonial do governo. "As perspectivas de crescimento econômico interno e externo geram riscos de baixa significativos", afirmou o analista da Moody's.

Ele apontou ainda que as medidas necessárias para restaurar qualquer tipo de normalidade na zona do euro terão impacto no valor e na qualidade de crédito dos ativos soberanos detidos por bancos franceses, afetando seus custos de financiamento e capacidade de empréstimo. "As tensões sobre os balanços dos bancos podem levar a novos aumentos das obrigações nas contas do governo, quando for necessário mais apoio estatal para o sistema bancário", explicou. As informações são da Dow Jones.