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O presidente da Bolívia, Evo Morales, disse nesta sexta-feira que não existem mais na América Latina democracias servis, submissas e subordinadas ao imperialismo. Sem citar nomes de que país se referia, Morales disse que o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, assim como do Equador, Rafael Corrêa, surgem como novos líderes, como Fidel Castro, o presidente de Cuba que até então era o único que lutava contra o império.

- Se antes havia um só povo, um presidente, um comandante como Fidel, se somam outros presidentes como Chávez, e eu respeito muito, e o presidente Corrêa. Penso que na América Latina acabaram as democracias servis e submetidas ao império - disse Morales.

Antes, segundo Morales, exista apenas um líder, um povo que lutava contra o império, contra as políticas de programas impostos do exterior que só levavam os países à miséria. A Bolívia, segundo Morales, enfrentou uma total intromissão do Banco Mundial do Fundo Monetário Internacional (FMI) que impunha suas decisões e medidas econômicas que afetavam o povo, os povos indígenas. Esses programas impostos não resolveram, contudo, os problemas econômicos do país. Segundo ele, a partir de 1985 se afirmava que o modelo neoliberal era a solução contra a corrupção e o desemprego, mas isso não resolveu.

Sem citar o nome dos Estados Unidos, Evo Morales disse que enquanto alguns países mandam tropas militares para acabar com vidas, outros países como Cuba mandam tropas para salvar vidas. Trata-se de complementar demandas do povo que quer melhorias em sua situação econômica e social.

Segundo Evo Morales, para o desenvolvimento dos países latinos é fundamental como recuperar ou nacionalizar os recursos naturais que, segundo ele, não podem ficar nas mãos de empresas estrangeiras.

- Respeitamos as empresas privadas que têm que investir, mas nós necessitamos sócios e não patrões. Somos donos de nossos recursos naturais. Na Bolívia houve um permanente saque de seus recursos - disse Morales.

O presidente disse que a Bolívia nunca conseguiu se industrializar e espera agora poder fazer isso com o apoio do presidente Lula, com o desenvolvimento conjunto de projetos. Ele voltou a destacar, contudo, que essa participação do Brasil "não será como dono dos recursos, mas sim como sócios".

Evo Morales fez um balanço do primeiro ano de seu governo destacando que, apesar de todas as críticas que tinha recebido, conseguiu avanços e crescimento da economia de seu país. Segundo ele, a Bolívia deixou o lado da história negra da discriminação e da exclusão social. Nesse período, segundo ele, pela primeira vez na história do país a Bolívia registrou um superávit de quase 5%, enquanto que a economia cresceu cerca de 6%. As reservas internacionais da Bolívia em janeiro do ano passado eram de US$ 1,6 bilhões, e agora estão em US$ 3,2 bilhões, um volume bem significativo para o porte do país.

Ao garantir que a Bolívia é um país viável, Morales disse que pretende desenvolver negócios com outros países como o Brasil. Ele disse ter muita confiança no presidente Lula em poder desenvolver novos projetos com a Bolívia em áreas importantes como no setor energético.

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