O presidente da Bolívia, Evo Morales, deu posse hoje ao novo presidente da Yacimientos Petrolíferos Fiscales Bolivianos (YPFB), Carlos Villegas. Ele substitui Santos Ramírez, que foi afastado da estatal petrolífera sob suspeita de ter recebido propinas para aprovar um contrato. "Lamento que algumas pessoas se dediquem a esse trabalho sujo, por isso reitero: isso é muito raro, muito suspeito. Não vou perdoar pessoas que estejam desviando recursos da empresa. Isso deve ser punido, seja quem for o culpado", afirmou Morales, durante a cerimônia.
Para o presidente, "o companheiro Villegas goza de minha total confiança, por isso fiz essa nomeação de emergência". Villegas já foi ministro de Planejamento e Desenvolvimento. Antes disso, foi ministro de petróleo e Gás. Morales também disse que "seguramente há grupos interessados em desprestigiar o governo permanentemente, mas, para que não restem dúvidas de que este governo não permite a corrupção, tudo será investigado". "O companheiro Santos terá a oportunidade de se defender", afirmou.
A imprensa boliviana, citando fontes não identificadas da Promotoria Pública, tem vinculado o nome de Santos à morte do empresário do setor de petróleo Jorge O'Connor, ocorrida na terça-feira. Ele foi assassinado a tiros ao tentar resistir a um assalto. Ao ser atacado, O'Connor levava uma maleta com US$ 450 mil. Quatro suspeitos de terem matado o empresário estão presos.
Na quinta-feira, o promotor público Marco Vidal disse que O'Connor teria sacado o dinheiro de um banco para pagar uma propina, aparentemente relacionada ao contrato obtido por sua empresa para construir uma usina de gás liquefeito de petróleo. Santos Ramírez disse que o contrato entre a YPFB e a empresa de O'Connor foi feito dentro de todos os procedimentos legais e negou ter recebido suborno. Até hoje, nenhuma acusação contra ele foi feita na Justiça boliviana.
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