Entre os danos estão alterações neurológicas, desidratação, hipotensão e arritmias| Foto: Giuliano Gomes/Gazeta do Povo

A intenção era descobrir quem bebia mais doses de vodca em menor tempo. O resultado foi a morte de um jovem e a internação de outros seis na UTI. O fato que chocou o país ocorreu em uma festa universitária em Bauru, no interior de São Paulo, no dia 1.º de março, e relembrou a capacidade que o álcool tem de intoxicar o organismo e levar à morte rápida. “Esse tipo de brincadeira é como fazer uma roleta russa”, comenta a professora do Departamento de Farmacologia da Universidade Federal do Paraná (UFPR) Roseli de Lacerda.

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Isso [consumo] leva ao acúmulo de substâncias tóxicas no organismo, que, em última análise, leva à falência de múltiplos órgãos.

Daniele Zaninelli, endocrinologista.

A médica endocrinologista Daniele Zaninelli, do Hospital Vita, explica que a morte ocorre nessas situações porque a ingestão de álcool acontece numa velocidade muito maior do que o corpo é capaz de metabolizar. “Isso leva ao acúmulo de substâncias tóxicas no organismo, que, em última análise, leva à falência de múltiplos órgãos.” Entre os efeitos danosos do álcool no curto prazo estão alterações neurológicas, desidratação, hipotensão, arritmias, hipoglicemia e até o risco de asfixia por vômitos.

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Roseli observa que, por sofrer mais influência do grupo e desconhecer as próprias reações, os jovens costumam ser os que mais apresentam quadros de intoxicação aguda por álcool. Nesses casos, o socorro imediato é necessário. “É preciso controlar os sinais vitais, tentar provocar o vômito e manter a hidratação”, diz Roseli, que faz um alerta: “o melhor mesmo é não beber. Mas, se for beber, que o faça conhecendo os seus limites.”