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Gorjeta

Motoristas da Uber já movimentam R$ 1 milhão em gorjetas por semana

Carro que opera na Uber e na 99. | Aniele Nascimento/Gazeta do Povo
Carro que opera na Uber e na 99. (Foto: Aniele Nascimento/Gazeta do Povo)

A 99, seguindo os passos da Uber, agora permite que os passageiros da sua plataforma recompensem motoristas com gorjetas. Para as duas empresas e especialistas, a funcionalidade é um “ganha-ganha”: fomenta a melhoria da qualidade do serviço prestado e incrementa a renda dos motoristas.

A opção de gorjeta aparece ao final de cada corrida, na tela de classificação do motorista — aquela com a nota de uma a cinco estrelas. Na 99 são oferecidos três valores: R$ 1, R$ 2 e R$ 5. Na Uber, que lançou o recurso no Brasil no final de junho, também são três — R$ 1, R$ 3 e R$ 5 —, mas o passageiro pode optar por um valor diferente tocando no campo “Outro valor”.

Nos dois aplicativos, a gorjeta é descontada diretamente do meio de pagamento eletrônico usado para pagar a corrida, como cartão de crédito ou PayPal. Em ambos, o valor da gorjeta vai integralmente para o motorista. Na 99, a gorjeta pode ser dada tanto para motoristas particulares (modalidade “Pop”) quanto para taxistas.

As gorjetas dentro do aplicativo surgiram a partir de uma demanda de motoristas nova-iorquinos da Uber. A startup, avaliada em US$ 70 bilhões, não acatou a ideia de pronto. Em um post no blog oficial da Uber no início de 2016, motivado por acordos em dois processos judiciais na Califórnia, a equipe de políticas públicas da Uber disse que a empresa surgiu sem a opção de gorjeta “porque sentimos que seria melhor para passageiros e motoristas saberem de antemão quanto pagariam ou ganhariam em cada corrida — sem as incertezas da gorjeta”. 

Em junho de 2017, a Uber cedeu e começou a testar a opção de gorjetas em três cidades norte-americanas. Dali em diante, ela se estendeu para todos os Estados Unidos e outros países. No Brasil, chegou em junho, inicialmente restrita a poucas cidades, e em pouco tempo foi liberada em todas as cidades onde a startup atua.

Gabriela Manzini, gerente de comunicação da Uber, diz que o recurso foi bem recebido pelos usuários brasileiros. “A gente está vendo bastante adesão. Muitas vezes, o motorista parceiro vai além do que é esperado dele e como muitas pessoas preferem pagamentos digitais, não tem na hora como fazer esse acréscimo [gorjeta]”.

Em média, os motoristas da plataforma recebem cerca de R$ 1 milhão em gorjetas por semana.

Para Lucas Souza, diretor de produto da 99, a funcionalidade ajudará a “estreitar ainda mais a relação entre motoristas e passageiros”. Na Uber, explica Manzini, a proposta segue a mesma linha: “A ideia é realmente que [a gorjeta] seja um agradecimento do usuário para o motorista parceiro.”

Agesandro Scarpioni, coordenador do curso de Jogos Digitais da FIAP, explica que a gorjeta pelo aplicativo tem a mesma função que a versão “analógica”, comum em restaurantes: “A gorjeta dá a oportunidade de o motorista ganhar mais e faz com que eles tenham mais atenção na prestação de um bom serviço. Os dois lados acabam ganhando”.

Ele lembra que já deu gorjetas em dinheiro quando sentiu vontade devido à boa prestação do serviço e que há mais vantagens com o recurso embutido no app. “Não precisa fazer ali, na frente [do motorista]. Pode ser depois, na hora de avaliar a pessoa. Pra mim, fica menos cara de que você está comprando o serviço. Acho bem bacana estar embutido no app e já vir direto no cartão de crédito”, finaliza.

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