A fotógrafa Alline Moltocaro gastou 15% do valor do seu apartamento, em São José dos Pinhais, para mobiliá-lo. “Quis fazer o apartamento dos meus sonhos”, conta| Foto: Brunno Covello/ Gazeta do Povo

Contratação

O que escolher: pacote completo ou serviço autônomo?

As lojas de móveis planejados costumam entregar o pacote completo para o cliente. O serviço inclui o projeto do mobiliário, a confecção das peças e a montagem. Mas, se o consumidor preferir, pode optar pelos serviços à parte.

É possível contratar um projetista, que pode ser designer de interiores, arquiteto ou um profissional com curso nessa área. "O preço de um projeto varia de R$ 500 a 5 mil", diz Paulo Müller, executivo de vendas da Promob, empresa que desenvolve softwares para o setor moveleiro.

Marceneiros autônomos são outra opção. Segundo Edson Kleber Ferreira, diretor financeiro do Sindicato dos Oficiais Marceneiros e Trabalhadores do Estado do Paraná, há cerca de 2 mil profissionais em Curitiba e região. O preço cobrado por eles é 15% mais alto que o das empresas de móveis planejados.

"O custo do autônomo é maior porque as empresas de planejados trabalham com módulos prontos, o que deixa a montagem um pouco mais ‘engessada’. Já os marceneiros trabalham com chapas, o que possibilita cortes específicos de acordo com o desejo do cliente e as medidas do imóvel", diz Daniel Ferrarezi, proprietário da Marceneiro Curitiba, que prevê para este ano um faturamento 40% superior ao de 2012.

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Setor registra aumento de reclamações

Junto com o aumento das vendas de móveis planejados, cresceu também o número de queixas. No primeiro semestre de 2013, segundo o Procon-PR, 1.457 reclamações contra o setor foram atendidas pelo órgão. O número é 10% superior ao registrado no mesmo período de 2012.

No Brasil, de acordo com o Instituto Brasileiro de Estudo e Defesa das Relações de Consumo (Ibedec), a quantidade de reclamações no primeiro semestre de 2013 foi 30% superior à do mesmo período do ano passado.

As reclamações são, em geral, sobre erros na execução do projeto, problemas com materiais e atraso na entrega e montagem. O tempo de entrega, tanto das lojas de móveis planejados como dos marceneiros, varia de 30 a 45 dias.

87 m² é a média do tamanho privativo dos apartamentos residenciais de Curitiba hoje, segundo a Ademi-PR. Em 1997, essa média era de 120 m². O dado ajuda a explicar o crescimento nas vendas dos móveis sob medida.

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O recorde na entrega de novos apartamentos em Curitiba está impulsionando o setor de móveis planejados.

As 14 mil unidades residenciais já entregues em 2013 ou que devem ficar prontas até dezembro sinalizam um imenso potencial de famílias que vão precisar de móveis novos. Tanta gente mudando de casa representa uma movimentação de quase R$ 350 milhões para os fabricantes de mobiliário planejados e sob medida da capital e da região metropolitana. O volume é 15% superior ao registrado em 2012, de acordo com Sérgio Luiz Bulescem, conselheiro fiscal do Simov, sindicato que representa o setor no Paraná.

Segundo a Associação dos Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário do Paraná (Ademi-PR), entre janeiro e agosto deste ano foram entregues 9.202 apartamentos novos. Até dezembro, outras 5.335 unidades devem ficar prontas. E a grande maioria desses imóveis têm uma particularidade – têm menos 80 metros quadrados. Em 1997, por exemplo, a área total média dos apartamentos novos em Curitiba era de 120 metros quadrados; hoje é de 87 metros quadrados, segundo a entidade.

É esse encolhimento das residências que explica a procura pelos móveis planejados ou sob medida e as estimativas do Simov para as vendas deste ano. Ao mesmo tempo, o segmento de móveis prontos teve queda de 16% em 2012, quando as vendas atingiram R$ 4,07 bilhões, segundo a Federação das Indústrias do Paraná (Fiep).

"Nos últimos anos houve uma expansão proporcionalmente maior do segmento de planejados. Isso explica parte da redução que enfrentamos no ano passado", diz o economista da Fiep Roberto Zürcher.

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A expectativa é que a fabricação de móveis seriados não sofra alterações neste ano e mantenha o mesmo patamar de vendas, enquanto os fabricantes de planejados projetam crescimento tanto para 2013 quanto para 2014.

De acordo com o Simov, Curitiba tem 77 lojas especializadas em móveis planejados, que comercializam marcas próprias ou de indústrias de outros estados. Elas se somam a mais de mil fabricantes e cerca de 2 mil marceneiros autônomos que atuam na capital e região. E, aparentemente, há espaço para todos.

A Casa Móbile Móveis Plane­jados, que prevê crescimento de 18% neste ano, contratou cinco funcionários para as áreas de montagem e de pós-vendas. "Estamos atendendo, em média, 30 clientes por mês. É 10% mais que no ano passado", relata a proprietária da loja, Sara Siluana. A alta na procura por móveis, segundo ela, começou a crescer no segundo semestre de 2012, mas o ápice foi o primeiro semestre deste ano.

Outra loja, a Dell Anno estima crescimento de 20% nas vendas sobre 2012. "Contratei pessoal para pós-venda, montagem e atendimento", diz Jorge Biff Netto, diretor comercial da loja, que integra uma rede nacional de franqueados da fabricante gaúcha.

Gasto para equipar a casa chega a 10% do valor do imóvel

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O custo para mobiliar a casa nova com peças planejadas representa cerca de 10% do valor do imóvel, de acordo com lojistas consultados pela Gazeta do Povo. Para equipar um apartamento de R$ 300 mil com sala, cozinha, banheiro e dois quartos, o preço dos móveis chega, portanto, a R$ 30 mil.

"Extras"

Esse "pacote básico" inclui painel para home theater, armários para cozinha, móveis para banheiro, guarda-roupa, cama e criado mudo. "Se a pessoa quiser mais peças, com cores, revestimentos e acessórios diferentes, o custo vai subindo", diz Jorge Biff Netto, da Dell Anno Curitiba.

Na Criare Móveis Planejados o valor é semelhante. O que muda o valor final é o desejo do cliente. "Depende dos acabamentos escolhidos, se as portas são de vidro ou de correr. Tudo vai agregando valores", relata o gerente comercial, José Antonio Pilotto.

Sonho

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A fotógrafa Alline Moltocaro esbanjou na hora de mobiliar seu apartamento em São José dos Pinhais, na região metropolitana de Curitiba. Ela gastou R$ 25 mil, o equivalente a 15% do valor do imóvel de 60 metros quadrados. Pacote básico? Que nada. "Quis fazer o apartamento dos meus sonhos", explica, sorridente.

Para a sala, Alline escolheu móveis em estilo vintage. No dormitório do casal, optou por cores claras, e para o quarto do filho, escolheu peças e decoração em azul. Todos os móveis, em MDF (à base de pinus), foram desenhados e produzidos pela Casa Mobile. No showroom da empresa curitibana, localizado no Xaxim, os clientes podem visitar um modelo de apartamento de 53 metros quadrados, com sala, cozinha e banheiro equipados.