Os portos de Paranaguá e Antonina devem fechar 2006 com aumento de 2,6% no movimento geral de cargas em relação ao ano passado. A estimativa da Appa, que responde pela administração portuária, é que o porto termine o ano com movimentação de 31 milhões de toneladas. O resultado é considerado positivo pela direção dos portos, que admite ter perdido carga de soja em grão para os portos de São Francisco do Sul e Santos, mas não considera este um fator de preocupação ou indicativo de que a performance do porto esteja abaixo da expectativa.

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Dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) mostram que o Porto de Paranaguá, maior porto graneleiro do país, perdeu soja em grão para os portos de São Francisco do Sul e Santos. Nos primeiros oito meses do ano, Paranaguá teve queda de 21,8% na movimentação do grão em relação ao mesmo período do ano passado, contra alta de 61,7% em São Francisco do Sul e de 7,5% em Santos.

"Apesar do resultado da soja, o porto atraiu outro tipo de carga. Uma prova disso é que a receita cambial vem crescendo desde 2002", diz o gerente de planejamento Daniel Lúcio Oliveira de Souza. Os dados apresentados pela Appa mostram que a receita cambial em 2006 deve chegar à casa dos U$ 10 bilhões. Mais do que o dobro do resultado de 2002, quando a receita cambial foi de U$ 4,1 bilhões.

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"A receita cresce porque exportamos produtos de maior valor agregado. O complexo soja deve se estabilizar em 30% do mix de produtos exportados por Paranaguá. E é por isso que estamos investindo no terminal público de álcool, para atender à demanda das novas usinas instaladas no Paraná; nos terminais para automóveis, para a demanda do complexo automotivo; e no porto seco", completa Souza.

Segundo o diretor da Appa, outro indicador que mostra que a soja vai perder importância em Paranaguá é o da movimentação de navios, também crescente desde 2002. Em 2002, Paranaguá teve 2.050 navios atracados. No ano passado, 2.342. E neste ano a expectativa é de aumento de 3,7% em relação ao ano passado.

Souza lança mão de um indicador usado pelo Banco Mundial – que considera a movimentação por metro de cais – para afirmar que, proporcionalmente, a movimentação de Paranaguá foi superior a dos portos de Santos e São Francisco do Sul em 2005. Por essa conta, o Porto de Paranaguá movimentou 10.720 toneladas por metro de cais no ano passado, com taxa de ocupação dos berços de 60%. O Porto de Santos chegou à metade da marca, com 5.525 toneladas por metro de cais. Em São Francisco do Sul, foram 8.131 toneladas por metro de cais.

A concorrência com os portos catarinenses (o estado vizinho terá 5 portos até 2008) também não é vista como problema. "Paranaguá e Antonina são competitivos. Os terminais de Santa Catarina são privados, e vão servir aos interesses de empresas. Nós acreditamos na gestão pública do porto, com o gerenciamento da atracação que não atenda apenas aos interesses dos grandes armadores internacionais", completa o gerente da Appa.