O secretário de Telecomunicações do Ministério das Cominicações, Roberto Pinto Martins, disse nesta segunda-feira que o governo voltará a se reunir nesta semana com os consórcios de pesquisadores que integram o Sistema Brasileiro de TV Digital, para definir os próximos passos dos grupos de estudo.

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Em audiência pública convocada pelo Ministério Público Federal em São Paulo, Martins negou que os estudos sobre as tecnologias mais apropriadas ao país e quais sistemas poderiam ser desenvolvidos aqui, empreendidos pelos consórcios, estejam paralisados.

- As pesquisas não estão paradas. Vamos no reunir para definir os próximos passos no desenvolvimento e integração das tecnologias - afirmou o secretário.

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Martins disse também que o governo não vai adotar um padrão tecnológico fechado (de outro país), mas adaptar um dos modelos existentes (japonês, europeu ou americano) às pesquisas desen-volvidas aqui no Brasil.

- O modelo (de TV digital brasileiro) será composto 80% de soluções desenvolvidas aqui e 20% de outras tecnologias que ainda não valem a pena serem produzidas no país - disse ele.

Durante a audiência, marcada pelo Grupo de Trabalho de Comunicação Social da Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão, o secretário de Telecomunicações ouviu críticas de que o governo tem privilegiado apenas aspectos técnicos e políticos que cercam a escolha de um padrão para a TV digital, deixando de lado questões sociais.

Para Diogo Moysés, representante da ong Intervozes, o governo desrespeita mesmo o decreto que estabeleceu as regras e objetivos para o desenvolvimento do sistema de TV digital.

- O decreto não fala em TV de alta definição ou interati-vidade, mas de melhora nas transmissões. Entre suas premissas, estava a democratização da informação e a inclusão social. Não houve até agora nenhuma manifestação do governo neste sentido - afirmou Moysés.

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Em resposta, Martins afirmou que a escolha do padrão deve proceder a do modelo de TV digital no país:

- Não dá para resolver os problemas de uma vez.

Representante da Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert), o vice-presidente de Relações Institucionais das Organizações Globo, Evandro Guimarães, pediu pressa na definição da TV digital. Segundo ele, as empresas nacionais "vão morrer" se a escolha não for feita logo. Com a demora, explicou ele, "as emissoras têm perdido competitividade diante das operadoras de telefonia".

- Há uma concorrência desleal - disse Guimarães.

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