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Dividendos extraordinários

MP pede ao TCU investigação sobre suposta interferência do governo Lula na Petrobras

MP junto ao TCU quer investigação sobre “possível interferência indevida” do governo Lula na Petrobras. (Foto: Antonio Lacerda/EFE.)

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O Ministério Público junto ao Tribunal de Contas da União (TCU) pediu nesta segunda-feira (18) que a Corte de contas investigue uma “possível interferência indevida” do governo Lula na Petrobras. A representação é assinada pelo subprocurador-geral Lucas Furtado.

No último dia 7, a estatal divulgou que não pagará dividendos extraordinários aos acionistas. A medida fez com que a empresa perdesse R$ 55,3 bilhões em valor de mercado no dia seguinte ao anúncio. O subprocurador apontou que a decisão dobre os dividendos extras "aparentemente não observou as bases econômicas" e "visou atender opções do governo federal".

"Nota-se a relevância da ingerência governamental da Petrobras em decisões que deveriam observar critérios técnicos. A decisão por não repassar dividendos aos acionistas, contrária às avaliações realizadas pela própria empresa e seu Conselho de Administração, aparentemente não observou as bases econômicas necessárias e visou atender opções do governo federal", disse Furtado no documento.

O subprocurador destacou que a Lei das Estatais (Lei 13.303/2016) tem o objetivo de impedir interferências em companhias de economia mista. Para Furtado, mesmo que a União seja a acionista majoritária, não pode interferir de “modo excessivo nas decisões corporativas” da Petrobras.

"Considerando as competências constitucionais e legais atribuídas a este Tribunal, vejo que se mostra necessária a realização de fiscalização para que sejam apurados os indícios de descumprimento normativo aqui trazidos. Sabendo-se que a Petrobras pode ter tido prejuízos com as ingerências indevidas relatadas, cabe a este Tribunal exercer seu poder-dever de zelar pelo montante dos recursos da União envolvido", afirmou.

Furtado solicitou que o TCU apure se o governo descumpriu a Lei das Estatais. Caso a interferência seja comprovada, o subprocurador pediu que a Corte de contas abra uma tomada de contas especial para responsabilizar os agentes envolvidos. O caso será relatado pelo ministro Walton Alencar Rodrigues.

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