O Ministério Público Federal (MPF) no Rio de Janeiro abriu uma investigação para apurar a confusão que impediu, no domingo (9), que mais de 4 mil pessoas realizassem as provas do concurso para cadastro de reserva da Caixa Econômica Federal (CEF) no Rio de Janeiro e em São Paulo.
De acordo com o MP, foi instaurado um procedimento administrativo para investigar o caso. O ministério pediu informações ao Centro de Seleção e de Promoção de Eventos da Universidade de Brasília (Cespe/Unb) sobre o ocorrido e aguarda uma resposta para dar andamento ao procedimento.
O Cespe disse ao G1 que ainda não recebeu os questionamentos do MP.
Confusão
Os tumultos ocorreram nas Faculdades Metropolitanas Unidas (FMU), em São Paulo, e na Universidade Veiga de Almeida (UVA), no Rio, porque candidatos com os comprovantes em mãos foram impedidos de realizarem as provas nessas escolas por não estarem com o nome na lista, disse o Cespe. De acordo com o organizador, eles estavam na escola errada.saiba mais
Na terça-feira (11), o centro anunciou a remarcação das provas para os candidatos prejudicados com a confusão. A nova data é 23 de maio. Ao todo, 42.985 pessoas poderão refazer o exame - os inscritos ao cargo de técnico bancário nos macropolos "RJ/capital" e "RJ/SP tecnologia da informação". Ao todo, foram cerca de 250 mil inscritos.
Anulação do concurso
A Associação Nacional de Proteção e Apoio ao Concurso (Anpac) orienta os candidatos a recorrerem ao MPF. Para a associação, os candidatos devem exigir a anulação integral do concurso em todo o território nacional e não somente nos locais onde houve tumulto.
Para a diretora executiva da entidade, Maria Thereza Sombra, a decisão do Cesp em realizar uma nova prova somente nos locais onde ocorreu a confusão fere o princípio de isonomia.
Para ela, o ideal seria que todos fizessem a prova na mesma etapa. "Tem que anular todo mundo para ser mais correto e justo", diz Maria Thereza.
Sem nova chance
A reaplicação das provas, porém, não contemplará todos os candidatos que não fizeram as provas no domingo.
Em São Paulo, os candidatos que erraram os locais da prova, ou seja, que não estavam com o nome na lista das faculdades onde aconteceram confusões, não terão segunda chance, de acordo com o Centro de Seleção e de Promoção de Eventos da Universidade de Brasília (Cespe/Unb).
O candidato Nilson Oliveira Lacerda, inscrito para o cargo de técnico bancário em São Paulo, foi um dos prejudicados que não poderá fazer a prova novamente.
Lacerda disse que pretende reunir os documentos que comprovam que ele fez a inscrição e entrar com uma ação na Justiça sobre o caso.
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