O Ministério Público do Trabalho (MPT) em Rondônia estima a demissão de 6 mil trabalhadores da Usina Hidrelétrica de Jirau nos próximos dias. A projeção considera o planejamento de retomada de obras apresentado pela empresa responsável pela construção. No documento, segundo o MPT, a empresa citaria a diminuição no número de alojamentos no canteiro de obras.

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Na quinta-feira (14), o ministro do Trabalho, Carlos Lupi, afirmou que as obras das usinas hidrelétricas de Jirau e Santo Antônio, no rio Madeira, em Rondônia, teriam menos trabalhadores. O objetivo da medida seria garantir mais "tranquilidade na execução" das obras. O ministro explicou ainda que as empresas queriam antecipar o cronograma e por isso contrataram muitos trabalhadores, gerando dificuldades na administração da construção das usinas e conflitos nos canteiros de obra.

As obras em Jirau, paralisadas desde 15 de março, começaram a ser retomadas, gradativamente, em 11 de abril. De acordo com a assessoria de imprensa da construtora Camargo Correa, empresa responsável pelas obras, no entanto, somente os funcionários que moram na região ou que estavam nos alojamentos da margem esquerda do rio voltaram a trabalhar. Antes da paralisação, 22 mil operários trabalhavam no local.

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Ao determinar a retomada das obras em Jirau, a Justiça do Trabalho revogou, temporariamente, parte da liminar que garantia o vínculo empregatício dos trabalhadores que não fossem inicialmente reaproveitados pela empresa responsável pelas obras. Isso porque a retomada gradativa das atividades no canteiro de obras, segundo a Justiça, poderia requerer o remanejamento de operários nas diferentes fases da obra.

Também foi revogada a garantia do retorno dos empregados que tenham sido encaminhados aos seus estados de origem, e a convocação direta e individual dos empregados para reinício das atividades.

Foram mantidos os direitos dos trabalhadores de receberem, no prazo legal e em dinheiro, as verbas rescisórias, bem como transporte de retorno ao local de origem, aos empregados que optarem pela rescisão do contrato. Também foi assegurado o pagamento das verbas rescisórias pessoalmente aos empregados encaminhados a seus locais de origem, cuja rescisão contratual tenha sido motivada pela empresa, arcando a contratante com as despesas de transporte de ida e volta a Porto Velho.Ambiente pacificado

As obras das usinas de Santo Antônio e Jirau estavam paralisadas desde março, quando um grupo de operários fez uma série de protestos contra as condições de trabalho e incendiou ônibus e alojamentos. O governo teve que enviar a Força Nacional de Segurança para conter os protestos.

Em Santo Antônio, os trabalhadores retornaram ao canteiro de obras em 4 de abril. A situação segue tranquila na usina, onde trabalham 16 mil operários.

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