Não é de hoje que as novas tecnologias e comportamentos de consumo vem mexendo com mercados tradicionais, como o imobiliário. No último ano, diversas incorporadoras passaram a ampliar seu leque de atuação e investir na oferta de empreendimentos construídos tendo como foco a locação - e não mais a venda - como forma de atender a um público que busca flexibilidade e facilidades para morar. A mais recente delas é a MRV, que apresenta ao mercado a Luggo, startup de locação residencial criada dentro da construtora.
Testada desde janeiro deste ano em um projeto-piloto em Belo Horizonte (MG), a marca está sendo lançada oficialmente neste mês com a apresentação de dois condomínios Luggo em Curitiba (PR). O primeiro deles, o Luggo Positivo, tem 88 apartamentos e está localizado no bairro Campo Comprido, próximo à Universidade Positivo. O segundo está em fase de obras, no Lindóia, com previsão de entrega para o fim de 2019.
"O piloto, de Belo Horizonte, está 100% locado. A escolha por Curitiba [para o lançamento da marca] se deu porque a MRV sempre performou bem na cidade, ela geralmente dita tendências e ainda tem boas opções de terreno", conta Rodrigo Resende, diretor de marketing da Luggo.
A boa localização, inclusive, é uma das principais características dos empreendimentos geridos pela startup, uma vez que o objetivo é de que eles estejam a 15 minutos de faculdades, polos de serviços e geradores de empregos, como detalha Resende. Os imóveis, por sua vez, são compactos, com áreas entre 45 m² e 50 m², têm dois quartos e valor médio de locação de R$ 1,5 mil mensais.
Mobília, serviços e compartilhamento para morar
A Luggo tem como objetivo facilitar o processo de locação residencial, meta compartilhada pelas concorrentes do setor, como a Vitacon e a STM Empreendimentos. Desta forma, além de uma experiência digital, a plataforma prevê um processo de aluguel ágil e livre de burocracias. "Temos casos de clientes que assinaram o contrato em 24h", conta o diretor.
Outra característica dos empreendimentos da marca é a oferta de serviços on demand, como lavanderia, limpeza, internet nativa e a disponibilização de bicicletas e carros compartilhados para uso dos moradores. Para Curitiba, a previsão é de que nos primeiros três meses os inquilinos tenham à disposição um veículo elétrico, em uma parceria da MRV com a Renault. Após este período, ele será substituído por um carro à combustão, com administração pela plataforma paulistana de veículos compartilhados Zazcar.
"Esperamos que a oferta dos serviços seja a principal característica da Luggo. O que temos, hoje, é o início de um projeto dentro deste modelo de negócio muito característico da comunidade que está locando", aponta Resende.
A empresa não abre o investimento realizado na criação da startup, mas conta que já tem planos de levá-la para outras cidades. Para até o início do próximo ano, está previsto o lançamento de um empreendimento Luggo em Campinas (SP), além do segundo empreendimento em Curitiba. Salvador, Brasília, São Paulo e a própria Belo Horizonte, onde está localizada a sede da empresa, também estão mapeadas pela MRV. "O projeto é a nossa prioridade. A MRV está investindo para colocá-lo em pé e [expandir] a Luggo o quanto antes", destaca o diretor de marketing.