A presidente Dilma Rousseff afirmou nesta sexta-feira (20) que cabe ao Ministério da Fazenda cuidar da caderneta de poupança, procurando se desvencilhar de um assunto polêmico que poderá ter que enfrentar em breve.

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"Isso é da área do ministro da Fazenda (Guido Mantega), em consulta com o Banco Central, isso não é uma área sobre a qual eu me posiciono", afirmou a presidente ao participar de evento no Itamaraty.

Há expectativas no mercado de que as regras da aplicação podem ser mudadas para ajudar a Selic - hoje em 9% ao ano- a cair ainda mais. Isso é importante porque, com a taxa básica de juros do país em queda, tirando a atratividade das aplicações em renda fixa, muitos aplicadores podem migrar para a poupança, cuja remuneração é fixada em 0,50% ao mês, mais a variação da Taxa Referencial (TR).

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Se esse movimento ocorrer, pode trazer distorções nos mercados, até mesmo para o Tesouro fazer emissões com base na Selic. Na última quarta-feira, o Banco Central reduziu a taxa em 0,75 ponto percentual e deixou a porta aberta para mais cortes. A Selic abaixo de 9%, segundo especialistas, pode deixar a poupança mais atrativa.

Na véspera, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse simplesmente que a Selic no patamar atual não é um problema para a poupança.

Dilma voltou a dizer ainda que é difícil justificar os spreads bancários -diferença entre o custo de captação dos bancos e a taxa efetivamente cobrada aos consumidores finais - tão elevados no Brasil, diante do que ocorre no mundo.

"Eu acredito que o Brasil tem de buscar um patamar de juros similar ao praticado internacionalmente. Tecnicamente, fica muito difícil o Brasil, diante do que ocorre no mundo, justificar spreads tão elevados" afirmou a presidente.

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