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Informação

Muito mais tempo em busca de notícias

Entre executivos e empresários, é fácil encontrar exemplos de quem aumentou o tempo gasto em busca de informações depois do início da crise. Antes mesmo do café-da-manhã, o consultor tributário Nelson Luiz de Oliveira já está de olho na internet para acompanhar o movimento das bolsas asiáticas. "Pelo que aconteceu lá, você já sabe qual será o ânimo do mercado no dia. Está tudo interligado, o que acontece em um lugar, reflete no outro."

Com o início da crise, os jornais americanos ganharam espaço na sua mesa, junto com os veículos nacionais. E até a filha, que mora nos Estados Unidos, virou consultora – via programas de bate-papo on-line. "Por ela, procuro também ver como está a reação fora do mercado financeiro. É uma percepção diferente, de uma economia bem real", conta Oliveira, que também preside o Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças (Ibef) no Paraná.

O advogado Augusto Lara diz que sempre foi obrigado a acompanhar as notícias econômicas, mas agora gasta mais tempo tentando entender o vai-e-vem do mercado. Sua rotina inclui jornais e sites do Brasil e do exterior. "O que acontece traz reflexos para os clientes que estão buscando novos investimentos ou para aqueles que têm dívida em dólar", diz. "É preciso ter mais informação para ter uma certa segurança."

Alguns dados sobre a audiência na internet mostram que, assim como Oliveira e Lara, muita gente está de olho na crise pela rede mundial de computadores. Dados do Ibope/NetRatings mostram que, no Brasil, a audiência nos sites de informação financeira cresceu 10% em setembro, na comparação com agosto, e 25% em relação ao mesmo mês do ano passado.

Um efeito que se repete ao redor do mundo. Um estudo divulgado recentemente pela comScore, especializada em mensurar o mundo digital, mostra que, no Reino Unido, a audiência nestes sites também cresceu 10% em setembro, na comparação com agosto. Na França, a alta foi de 9% e, na Alemanha, 3%.

Se a crise domina os cliques na internet, não é difícil imaginar o que aconteceu nas conversas de corredor e nas mesas de bar. "Assim como há poucos meses falar de ação era conversa até para o engraxate, agora a conversa dos amigos é sobre a crise", diz Oliveira, do Ibef. "Isso de certa forma é bom, porque você escuta muita coisa, muitos pontos de vista."

O que nem sempre é uma vantagem, diz o executivo sênior da área de investimentos do banco HSBC, Henrique Ferreira. "Agora eu sei o que os médicos sentem. Gente que você nunca viu na vida, quando sabe que você trabalha em banco, quer saber o que fazer, onde investir." (CS)

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