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globalização

Multinacionais planejam expansão mesmo com dólar instável

Fábrica da Providência na Carolina do Norte | Divulgação
Fábrica da Providência na Carolina do Norte (Foto: Divulgação)

A instabilidade cambial não deve ser empecilho para que a atuação das empresas brasileiras instaladas em outros países continue crescendo. Mesmo com o dólar volátil – oscilando entre R$ 2,15 e R$ 2,45 nos últimos dois meses – e turbulência no mercado interno, 67% das empresas ouvidas pela Fundação Dom Cabral para o Ranking das Multinacionais Brasileiras pretendem aumentar sua atuação comercial internacional. As demais pretendem manter suas instalações atuais e nenhuma delas considera recuar.

As empresas paranaenses com maior atuação no exterior seguem esta tendência. Tanto Bematech quanto Providência – companhias que tiveram as melhores performances do estado na sondagem de crescimento internacional – projetam que seus negócios aumentarão em número de países, efetivo ou receita internacional até o final do ano. "Normalmente, a expansão é de um projeto a longo prazo muito bem calculado, que não vai retroceder por conta de uma variação cambial", afirma o coordenador do núcleo de negócios da Fundação Dom Cabral, Sherban Leonardo Cretoiu.

No caso da Providência, por exemplo, a escalada da moeda americana é vista com bons olhos. "O impacto do dólar tem sido positivo para nós, uma vez que temos uma parcela importante de nossas receitas em dólar, proveniente tanto das exportações realizadas a partir do Brasil quanto da fábrica dos Estados Unidos", explica o CEO da Providência, Herminio de Freitas.

A empresa, que produz não-tecidos descartáveis, usados em fraldas e absorventes, se instalou no exterior em 2011, com uma fábrica na Carolina do Norte, nos Estados Unidos. Em 2012, as operações internacionais da empresa dobraram e atingiram 29% da produção total da empresa. "É possível implementar ainda mais duas linhas de produção nos EUA", afirma Freitas. Com a ampliação, a capacidade produtiva da planta estrangeira da empresa dobraria mais uma vez.

Cadeia maior

A variação cambial também não preocupa a Bematech, empresa paranaense de automação para o varejo e setor hoteleiro. Além de consolidar a atuação onde já está presente na America Latina e Estados Unidos, a empresa pretende iniciar projetos na América Central. "A empresa possui uma cadeia de suprimentos na Ásia muito bem fundamentada, que nos permite enfrentar situações como essa sem grandes perdas a desvalorização", afirma o diretor de Marketing e Vendas Internacionais da empresa, Wladimir Alvarez.

De acordo com Cretoiu, da Fundação Dom Cabral, a empresa é praticamente imune a este tipo de fenômeno, pois atua de maneira diferenciada nos mercados externos. "A Bematech não vê os países como mercados, mas como potenciais parceiros e fornecedores. É uma característica própria das empresas de tecnologia que minimiza a oscilação cambial", completa.

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