Neodent: comando da empresa continua com o sócio-fundador, Geninho Thomé| Foto: Walter Alves/Gazeta do Povo

A Neodent, empresa curitibana líder nacional do setor de implantes dentários, teve 49% das suas ações adquiridas pelo grupo suíço Straumann. A parceria custou R$ 550 milhões ou 260 milhões de francos suiços para a líder mundial do segmento.

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A empresa foi fundada há 19 anos pelo cirurgião-dentista Geninho Thomé e somente no ano passado teve receita bruta de R$ 209 milhões. O crescimento exponencial da empresa brasileira foi um dos atrativos alegados pela Straumann. O grupo suíço tem a opção de compra de mais 25% nos próximos três anos e dos 25% restantes até 2018. Até lá, Thomé se mantém a frente da Neodent, com a presidência da companhia e do conselho administrativo. "Foi a maior negociação do setor em muitos anos", afirma.

Mesmo com a opção de compra por parte dos suíços, a ideia dele é manter maior parte do capital da Neodent mesmo após a data limite. "O plano é ampliar a liderança no Brasil, conquistando 50% do mercado até o final de 2013", explica. Atualmente, a empresa detém 40% do mercado nacional.

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A chegada da gigante não atrapalha os planos de expansão no mercado nacional. Enquanto a Neodent trabalha com o consumidor médio de implantes e instrumentos, a Straumann pretende conquistar o cliente chamado "premium" no país e restante da América Latina. A aquisição, em contrapartida, pode permitir à empresa brasileira entrar com mais força nos mercados emergentes. A meta é levar os produtos à Índia, China, Portugal e México.

A aquisição também possibilita a troca de tecnologia. Segundo o presidente da empresa, a Straumann é o grupo que mais investe em pesquisa e desenvolvimento de novos produtos do ramo no mundo.

Envolvida em rumores de aquisições ao longo dos últimos anos, Geninho Thomé afirma que realmente outras empresas chegaram a consultá-lo a respeito, mas o negócio só saiu com a Straumann pela semelhança na filosofia de trabalho dos dois grupos. "Há uma sinergia entre as duas empresas, além da possibilidade de socialização do conhecimento e de novas tecnologias", explica.

Em nota aos seus acionistas, a Straumann destacou o Brasil como o segundo maior do mundo, atrás dos Estados Unidos.