O presidente do Banco Central (BC), Alexandre Tombini, avaliou hoje, durante audiência na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, que apesar da recuperação desigual das economias mundiais o tema da inflação voltou a ser uma preocupação global. Segundo ele, a recuperação global ocorre em três velocidades diferentes.
Para Tombini, a Europa ainda não mostrou uma retomada de crescimento sustentado, com economias periféricas da zona do euro apresentando dificuldades de financiamento das suas dívidas soberanas e privadas. Depois, em uma segunda velocidade, estão os Estados Unidos, que apresentam sinais mais claros de recuperação, mas que tiveram que adotar medidas não convencionais de política monetária que ampliaram a liquidez no mercado internacional. Na terceira velocidade, citou o presidente do BC, estão as economias emergentes, que apresentaram recuperação mais rápida, mas que agora enfrentam desafios, em meio à alta dos preços das commodities e da inflação.
Ao falar sobre a preocupação com a inflação na economia global, Tombini atribuiu essa elevação dos preços, em parte, ao aumento das commodities agrícolas, em movimento provocado pela expansão da demanda nas economias emergentes, pela seca nos países exportadores de commodities, pela ampliação da liquidez internacional e pela pressão financeira, baseada na expectativa futura dos preços.
"Por ora, as economias emergentes são as mais afetadas", disse o presidente do BC, em relação ao impacto dos preços das commodities. Ele ressaltou, no entanto, que essa preocupação com a inflação já atinge economias maduras, que têm sofrido o impacto da pressão de aumento dos preços de energia.
Japão
O presidente do BC avaliou ainda que o atual cenário internacional de alta do preço de petróleo, devido à crise nos países árabes, pode estar sujeito a surpresas adicionais, trazendo incertezas para a economia mundial. Apesar de considerar pouco provável o cenário de redução drástica da produção de petróleo, Tombini destacou que o preço da commodity subiu consideravelmente desde o início da crise. Para ele, essa preocupação com o petróleo é cada vez mais presente na economias mundial.
Ele também traçou um cenário de incertezas decorrente dos efeitos do terremoto no Japão. Para ele, a tragédia no país asiático amplia as incertezas sobre a recuperação global. No curto prazo, destacou Tombini, poderá haver uma interrupção das cadeias produtivas e uma repatriação de ativos japoneses. No médio e no longo prazo, poderá ocorrer mudanças na matriz energética, com impacto no preço.
"A catástrofe do Japão amplia as incertezas", disse o presidente do BC, durante a audiência na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado. Tombini afirmou que, numa economia globalizada, é preciso estar atento a essa complexidade e ao impacto desse cenário na inflação doméstica. Para ele, esse é um desafio adicional que é apresentado neste momento ao BC.
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