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O presidente do México, Felipe Calderón, disse, neste sábado (29), que credores terão de assumir perdas nos empréstimos a países europeus e que o mundo todo não deve pagar o custo de empréstimos irresponsáveis. "Os credores têm de assumir responsabilidades, e isso significa assumir perdas. A comunidade global não deve arcar com os custos", disse Calderón durante a cúpula ibero-americana realizada na capital do Paraguai. "Quando um país tem dívida igual a 170% do PIB e você continua a emprestar dinheiro a ele, você deve saber que há um risco."

Calderón disse que a Europa deve aprender lições com as crises da dívida da América Latina, que fortaleceram as regras financeiras e fiscais na região. Ele citou o nível de endividamento relativamente baixo da região, em torno de 30% do PIB, na média, em comparação com a de países desenvolvidos, que fica em 100% do PIB ou mais. Calderón disse que o baixo endividamento e grandes reservas em moeda estrangeira "dão a nós a estabilidade para lidar com essa crise".

O presidente mexicano também criticou o papel das instituições financeiras em criar bolhas nos preços das commodities. Ele disse que o aumento na demanda em economias em crescimento na Ásia, como Índia e China, elevou os preços das commodities, beneficiando algumas economias latinas. Ainda assim, os preços dos alimentos e combustíveis causaram distúrbios globais, refletindo nas lutas no Oriente Médio e no norte africano, bem como empobrecendo ainda mais aqueles que não conseguem arcar com os preços mais altos.

Calderón disse que há uma década as instituições financeiras representavam menos de 10% das compras de commodities, enquanto agora elas são mais de 40%. Os baixos juros nos países desenvolvidos levaram investidores a fontes alternativas de retornos, mas isso criou uma bolha que pode explodir. A inflação dos preços "aumentou os lucros de alguns países", apontou o presidente, "mas cria uma bolha e os anos de vacas gordas podem terminar abruptamente." As informações são da Dow Jones.

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