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Joias de Marni, Dolce & Gabbana, Missoni, Etro e Moschino, inspiradas na história da moda italiana, estão na vitrine do Victoria & Albert, em Londres, e custam de 165 libras (cerca de R$ 620) a 590 libras (em torno de R$ 2.200).
Contra orçamentos cada vez mais enxutos, nada como a criatividade. Grandes museus do mundo apostam em novos negócios que vão muito além das tradicionais bilheterias e do escasso dinheiro público. De produtos de designers exclusivos a prestação de serviços forenses no melhor estilo CSI (crime scene investigation, ou investigação da cena do crime), passando por restaurantes, vale tudo para engordar as receitas.
Discrição britânica ou segredo comercial, as instituições evitam falar em cifras talvez pelo fato de não visarem lucros , mas não escondem que os empreendimentos alternativos movimentam milhões de libras por ano.
Este ano, o museu Victoria & Albert resolveu apostar no mercado de luxo. A exposição The Glamour of the Italian Fashion, que conta a história da moda italiana de 1945 a 2014, em cartaz até o fim de julho, inspirou a coleção de 22 joias italianas de edição limitada à venda na loja virtual do museu e no site Net-à-porter, o maior do mundo para produtos de luxo, com quem firmou parceria inédita. Na retrospectiva do americano Roy Liechtenstein, no ano passado, tinha até garrafa de cerveja com rótulo reproduzindo quadrinhos de um dos fundadores da pop-art mundial.
Pela primeira vez, a Tate Modern fará a transmissão ao vivo de uma exposição pela tevê. Trata-se de visita guiada a recortes e gravuras do impressionista francês Henri Matisse. Henri Matisse: the cut-outs promete ser a terceira maior bilheteria do museu e deu origem a artigos de luxo vendidos na saída. Designers foram chamados para usar a paleta de cores criadas pelo pintor. Os lenços de seda de três cores de Matisse, da Beckford Silk, saem a 50 libras (R$ 190). As almofadas de listras, a 75 libras (em torno de R$ 280), e ousadas abotoaduras coloridas, a 40 libras (R$ 150).
Para aproveitar a mão de obra especializada de suas equipes, alguns museus começaram a prestar consultoria a investigações. Tornaram-se uma das principais armas das polícias de Inglaterra, Escócia e País de Gales para juntar peças de crimes complexos com poucas evidências.
Investigação
Os cerca de 300 cientistas do Museu de História Natural de Londres renderam 611 mil libras (cerca de R$ 2 milhões) a mais em 2012 por conta destes serviços externos. Com isso, já conseguiram aumentar a sua contribuição extra para o orçamento em 73% na comparação com cinco anos atrás. Estudam desde o DNA recolhido em cenas do crime a larvas encontradas nos corpos, a condições de plantas, algas e bactérias nos locais.
Eles se envolvem em casos de vigilância sanitária, veterinários e em questões como importação de carne. Lideram estudos de solos e minerais encomendados por mineradoras e petroleiras, querendo explorar áreas propícias para encontrar petróleo e gás.
A transmissão ao vivo em cinemas e teatros foi uma das alternativas encontradas pelo Royal Theatre House (RTH) para viajar de Covent Garden, no centro de Londres, para o resto do mundo sem maiores custos. Até o ano passado, o Brasil era o quarto maior freguês do teatro.
O RTH diz que, das receitas anuais de 114 milhões de libras (R$ 427 milhões), 22 milhões de libras (R$ 82 milhões) vêm de atividades comerciais como vendas de produtos ligados ao teatro, licença de cinema, DVD, streaming digital, restaurante e aluguel de espaço.
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