Em um movimento contrário ao recuo do emprego geral, o número de trabalhadores domésticos avançou 3,8% no trimestre encerrado em novembro, para 6,230 milhões de pessoas, na comparação com um ano antes. Os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua mostram que existem 228 mil trabalhadores domésticos a mais.
O aumento é resultado das dificuldades de se encontrar oportunidades em outras áreas, como no comércio e em serviços, segundo o gerente de Coordenação de Trabalho do IBGE, Cimar Azeredo.
“Com o avanço da educação e do trabalho nos últimos anos, o contingente dos trabalhadores domésticos vinha reduzindo. Eram trabalhadores que estavam migrando para outros setores. Só que agora as pessoas estão retornando a esse grupamento por falta de oportunidades em outras áreas”, afirma Azeredo.
Renda
O recuo da renda das famílias, no entanto, tem pressionado para baixo o rendimento dos trabalhadores domésticos. Em um ano, a renda média desse grupo caiu 2,4% (R$ 18), para R$ 750.
“Como o domicílio está com renda menor, também está pagando menos. Há uma negociação entre as famílias e o empregado, seja pelo número de horas de trabalho ou dias”, explica.
Desemprego
Nesta sexta-feira (19), o IBGE divulgou que o desemprego no país ficou em 9% entre setembro e novembro, uma forte alta em relação a um ano antes, quando a taxa estava em 6,5%.
Em um ano, o total de desocupados cresceu 41,5%, ao somar 2,7 milhões de pessoas a esse contingente, que já chega a 9,1 milhões de brasileiros com mais de 14 anos.