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Crise financeira

Na contramão do exterior, Bovespa opera em alta

A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) foge à tendência dos mercados mundiais nesta quinta-feira (15). Seguindo o tombo de 11,39% da quarta-feira - a pior queda desde 1998 -, às 10h08 o Ibovespa operava com alta de 1,02%, aos 37.209 pontos.

Apesar dos diversos planos de resgate do setor financeiro anunciados esta semana pelos Estados Unidos e Europa, temores de uma recessão duradoura nos países do hemisfério norte voltam a pressionar as bolsas lá fora. Com os sinais crescentes de contração econômica, os índices desabam.

Recessão

Nos últimos dias, diversos países têm dado indícios de que a recessão já está batendo à porta. Nos Estados Unidos, a presidente do banco central norte-americano (Fed, na sigla em inglês) de San Francisco, Janet Yellen, que afirmou que os EUA 'parecem estar em recessão'.

A confirmação deste quadro veio no meio tarde, com a divulgação da compilação de dados sobre a economia americana denominado Livro Bege, que mostrou desacelaração geral da atividade econômica em setembro - ainda antes do período mais agudo da crise.

Nesta quinta, um novo dado preocupante veio da Alemanha: a previsão de crescimento para 2009, antes de 1,7%, foi reduzida a 0,2%. Na França, o banco central local já admitiu a redução do PIB do país por dois trimestres consecutivos, configurando recessão técnica.

Europa e Ásia

Por volta das 9h20 (horário de Brasília), o FTSE-100, da bolsa de Londres, perdia 2,70%. Em Paris, o CAC-40 recuava 3,40%. Também operavam no vermelho os mercados de Frankfurt, a -2,18%, e da Espanha, a -2,45%.

Na Ásia, contaminada pela queda de Wall Street na quarta-feira, o índice Nikkei 225 da Bolsa de Tóquio despencou e encerrou o pregão com perdas de 11,41%, o segundo maior tombo de sua história. A situação não foi melhor nas outras bolsas da região: o pregão em Seul, na Coréia do Sul, foi concluído em baixa de 9,44%. Hong Kong teve baixa de 4,8%. Em Xangai, na China, o indicador geral também não resistiu e fechou no negativo: 4,25%.

Perdas de longo prazo

"Está claro que é pânico e que vai durar. Os mercados de valores mudaram fundamentalmente", afirmou Clifford Bennett, da Sonray Capital Markets, de Melbourne.

A Bolsa de Nova York teve na quarta-feira seu pior dia em mais de 20 anos, em um mercado vítima do pânico pela fragilidade da economia americana. O índice principal, Dow Jones, caiu 7,87%.

Com o aumento dos sinais de que os Estados Unidos estão à beira da recessão, o presidente do Federal Reserve (Fed, banco central americano), Ben Bernanke, advertiu que a reativação da economia americana não será "imediata". Bernanke destacou que a atividade econômica "já havia se desacelerado antes do recente agravamento da crise".

Os líderes europeus, reunidos quarta-feira em Bruxelas, pediram um encontro mundial antes do fim do ano para reformar o sistema financeiro, reforçando assim a pressão sobre os Estados Unidos.

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