
A gasolina e o diesel tiveram seus preços reajustados pela Petrobras neste fim de semana, mas alguns postos da cidade aproveitaram para aumentar também o valor cobrado pelo litro do etanol. Na semana passada, antes do aumento nos outros dois combustíveis, o álcool era vendido a um preço máximo de R$ 1,999 nos postos da cidade, de acordo com a pesquisa semanal de preços da Agência Nacional de Petróleo (ANP). Ontem, de acordo com um levantamento feito pela Gazeta do Povo em 35 postos de Curitiba, alguns estabelecimentos chegavam a cobrar R$ 2,099 pelo biocombustível, um aumento de 5%.
INFOGRÁFICO: Etanol também sofre reajuste no preço
A prática, no entanto, não é regra: 17% dos postos pesquisados ofereciam o etanol por mais de R$ 2 por litro. A maior parte deles, 40%, apresentavam valores entre R$ 1,979 e R$ 1,999 mesmo patamar que a maioria dos postos cobravam pelo etanol na semana passada. Com isso, o aumento praticado por alguns postos também não teve grande impacto na média do preço de etanol. Entre uma semana e outra, o valor aumentou de R$ 1,964 para R$ 1,969.
Nenhum dos proprietários dos postos que reajustaram o valor cobrado pelo etanol quis falar com a reportagem, mas de acordo com a União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), o aumento de 8% no diesel é responsável pela alta nos custos de transporte do etanol, "eliminando qualquer benefício em potencial que o aumento da gasolina pudesse produzir para o etanol", comunicou a entidade dos usineiros.
Esta também é a justificativa alegada para o aumento do preço nas usinas. "O etanol subiu para nós também. Quem ainda não repassou para a bomba, vai repassar em breve", afirma o proprietário de postos de combustíveis, Aderaldo Messias.
O Sindicombustíveis-PR, que representa os postos no estado, informou que não interfere na formação dos preços dos combustíveis e que o mercado é livre.
Fiscalização difícil
O etanol também conta com uma tributação diferente dos demais combustíveis, o que facilita a sonegação por conta de seus fornecedores e uma variação do preço final maior. A gasolina e o diesel só são tributados no início da cadeia, quando saem da refinaria. O etanol tem recolhimento de impostos quando sai da usina e quando é repassado aos postos. "Com isso existe aquele etanol mais barato, mas que está à margem da lei, e o etanol com todos os impostos cobrados corretamente. A diferença de valor é enorme e impacta para o consumidor", explica o proprietário de dois postos, Marcelo Nascimento. De acordo com a pesquisa da ANP da semana passada, os preços dos fornecedores de etanol na cidade variavam entre R$ 1,504 e R$ 1,894, uma diferença de 25%.
Gasolina fica 3% mais cara na capital
Com o reajuste do preço da gasolina em 4% nas refinarias autorizado pelo governo federal na última sexta-feira, os postos de gasolina de Curitiba subiram os valores do combustível na bomba. Em média, o litro aumentou de R$ 2,878 para R$ 2,964, uma alta de 3%.
De acordo com donos dos postos e empresários do setor, a tendência é que o crescimento de 5% seja repassado na íntegra assim que os estoques antigos forem se esgotando. Na semana passada, antes da alta autorizada pelo Conselho de Administração da Petrobras, o preço mais alto encontrado na cidade era de R$ 2,899, de acordo com a pesquisa semanal de preços da Agência Nacional de Petróleo (ANP). Já segundo um levantamento feito pela Gazeta do Povo em 35 postos da cidade, a maioria dos estabelecimentos cobra R$ 2,999 o litro da gasolina. "As margens são apertadas. O aumento será repassado na integra na maior parte dos estabelecimentos", afirma explica Aderaldo Messias, proprietário de três postos na cidade.
Com a alta de 4% nas refinarias, o déficit da Petrobrás entre o preço cobrado internamente e o valor internacional do combustível ainda persiste e é possível que um novo reajuste aconteça nos primeiros meses de 2014.



