Convidado para uma palestra a portas fechadas no Conselho Superior de Economia da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), o deputado federal e ex-ministro da Fazenda Antônio Palocci (PT-SP) festejou a revisão do Produto Interno Bruto (PIB) para cima e defendeu a idéia de aproveitar o bom momento econômico para promover a reforma tributária.

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No entanto, o ex-ministro ouviu críticas de dirigentes à política cambial, que favorece importações de bens manufaturados e tem impacto negativo sobre o desempenho da indústria de transformação.

"Poderia dizer que o ex-ministro é mais otimista que a Federação das Indústrias quanto ao desempenho geral da indústria e da economia em particular", disse o diretor do Departamento de Economia e integrante do Conselho Superior de Economia da Fiesp, Paulo Francini.

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Para ele, embora a revisão dos números pelo IBGE aponte a possibilidade de crescimento de 4% no PIB deste ano, a indústria de transformação vai seguir em ritmo menor. "A indústria de transformação é a parte mais sensível, afetada que está pela taxa de câmbio e pelas importações crescentes. O ano de 2007 não há de trazer grandes mudanças e continuaremos a ter um crescimento moderado, entre 2% e 3%", disse Francini.

Acompanhado pelo ex-deputado Delfim Netto, presidente do Conselho, Palocci deixou o local da palestra sem dar entrevistas. Disse apenas que está otimista em relação à economia.

"O que ficou de certa forma patente é que o otimismo (de Palocci) em relação à indústria de transformação não coincidiu com a opinião da casa, porque os números do IBGE mostram que a situação da indústria de transformação continua sendo muito delicada e nós achamos que esse grau de delicadeza vai ainda crescer com a tendência ainda de desvalorização cambial", complementou Francini.

De acordo com o empresário, Palocci tem convicção de que, com a melhora nas contas do país, esse é o momento de realizar a reforma tributária e de desatar os nós ainda existentes na discussão entre os estados sobre a política de devolução do ICMS (Imposto sobre a Circulação de Bens e de Serviços). "Essa parte da agenda é coincidente com a da Fiesp", afirmou.