Filas se formaram nos caixas eletrônicos automáticos dos bancos em Atenas neste sábado, com temores em relação à solvência da Nação e destino do país como membro da zona do euro. A maioria dos caixas estava desembolsando dinheiro, mas autoridades bancárias da Grécia diziam que esforços estavam sendo feitos para abastecer os caixas que ficavam sem notas.
As filas são um sinal da ansiedade e surpresa causada na população pelo anúncio na sexta (26) do primeiro-ministro, Alexis Tsipras, grego de que convocará um referendo sobre as medidas de austeridade que estão sendo propostas pelos credores internacionais em troca de uma nova ajuda financeira.
Os gregos estão, aparentemente, divididos em relação ao referendo e nas ruas se ouve várias discussões sobre o tema. “É uma catástrofe. O que irá resolver? O governo quer solucionar nosso problema com uma pergunta. O país está à beira do abismo”, disse um consultor de 45 anos.
Para um estudante de engenharia de 24 anos, o referendo é um ação “muito democrática de Tsipras, dado o ponto que o país chegou”. “A questão é que, qualquer que seja o resultado, como gregos estamos com um problema. A recessão irá se aprofundar e nossas dificuldades irão aumentar”, acrescentou.
Uma rejeição ao programa pode levar o país ao colapso financeiro e saída do euro. Um sim, por sua vez, traz o risco de acentuar a austeridade e a crise política. Os bancos gregos são o calcanhar de Aquiles da economia grega e da posição do governo nas negociações porque estão pressionados pela fuga dos depositantes e à crescente impaciência de muitas autoridades da União Europeia, que devem aprovar um empréstimo de emergentes para que o banco central da Grécia cubra as perdas dos depósitos.
Se o Banco Central Europeu decidir que não vai mais cobrir o número crescente de saques, em razão da não aprovação do programa de ajuda, os bancos gregos poderão ser forçados a fechar e o governo lançar mão de um drástico controle de capital.
Os gregos formam filas também nos postos de gasolina. “Não sei se o que Tsipras está fazendo é o certo, mas pelo menos está tentando negociar”, disse uma das pessoas que aguardava para abastecer seu automóvel.