O curitibano Pierpaolo: muita concentração para mover a mão com o pensamento| Foto: Alessandra Tarantino/AP

Não está tão distante assim o tempo em que a tecnologia permitirá a recuperação de pacientes com limitações motoras. E uma testemunha disso é o curitibano Pier­paolo Petruzziello.

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Petruzziello, de 27 anos, perdeu a mão esquerda e parte do braço em um acidente de carro, em 2006. No ano passado, ele participou de um teste pioneiro na Itália, e tornou-se a primeira pessoa do mundo a controlar uma mão biônica por meio de impulsos neurais. O experimento foi feito pelo Campus Biomedico da Scuola Superiore Sant’Anna di Pisa, que apresentaram os resultados no mês passado.

Durante os 24 dias em que a mão esteve conectada, ele aprendeu a mexer os dedos de forma independente, fechar a mão e segurar objetos, entre outros movimentos. De acordo com amigos, ele deve trazer a mão ao Brasil quando acabarem os testes. O equipamento é feito de aço, alumínio e fibra de carbono e foi conectado a dois nervos do braço amputado por meio de quatro minúsculos eletrodos.

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"Passei por uma bateria de testes psicológicos. O treinamento para aprender a mexer a mão foi sacrificante, exigia um esforço mental acima da média. Eu imaginava que a prótese era parte do meu corpo e tentava. Muitas vezes acaba cansando, até porque chegava a ficar oito horas por dia no treino’’, afirma Pierpaolo. "É uma questão da mente, de concentração", disse. "Quando você pensa naquilo como sua mão e antebraço, tudo fica mais fácil."Os testes foram considerados bem-sucedidos pelos pesquisadores italianos, mas isso ainda não significa que a mão biônica esteja pronta pra o uso. Ela ainda é muito pesada – mais de dois quilos – e, embora tenha as dimensões de uma mão humana, não poderia ser implantada no paciente.