Rio de Janeiro (AG) – Este ano está mais para a televisão do que para o computador. Primeiro porque temos Copa do Mundo, evento televisivo por excelência. Além disso, e muito importante, estamos escolhendo o padrão de TV digital a ser adotado no país. Como se não bastasse, ainda temos a lembrar a própria invenção da televisão, cuja transmissão com alguma resolução (30 linhas e cinco quadros por segundo!), feita por John Baird, sopra 80 velinhas este ano – embora a primeira transmissão oficial, de silhuetas em movimento, tenha ocorrido em 1925.

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Para coroar tudo isso, um tour pelos centros de desenvolvimento de televisores da Philips, em Bruges e Leuven, na Bélgica, mostrou que o futuro da tecnologia dos eletroeletrônicos está em sua adequação aos nossos doces lares. A tendência segue direção contrária à da TI, que cada vez mais muda nossa vida e enseja diferentes comportamentos.

O ano da TV também aparece nas cifras do mercado. O preço das telas de plasma e LCD cairá ainda mais, as TVs de tubo de tela plana aumentarão sua participação de 24% para 40% do mercado e a TV digital dá as caras nas telas. É ver para crer.

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Uma das tendências do momento é o fim daquela coleção de controles remotos que quase nos obriga a deixar o sofá. Na visão da Philips, o controle tem de ser universal, ou seja, deve controlar tudo quanto é aparelho da casa. Mas para isso precisa ser bem intuitivo, o que não acontece com os atuais controles universais. Por isso, todo um time de especialistas foi designado para estudar o problema. "Assim, pensamos: um controle remoto universal com uma tela seria desejável", conta Erik Spelt, gerente de negócios para acessórios da empresa. "De preferência, com uma lista de marcas fácil de consultar", acrescenta.

A primeira resposta foi o SRU 9600, longilíneo controle remoto com uma tela que conduz o usuário por suas configurações perguntando-lhe o que deseja fazer numa tela menor, em cima da principal. A cada decisão do dono, mostra apenas os botões (e o aparelho) que se deseja manusear naquele momento. Ele, no entanto, não pareceu tão fácil de configurar numa TV um pouco mais velha. Na demonstração, baixou a nossa conhecida Lei de Murphy (que afeta dez entre dez diretores techie) e o processo deu uma travada. Esta foi logo contornada, mas a pulga já havia mordido a orelha.

A segunda resposta foi uma mistura de controle remoto e handheld, o RC9800i, com um design bonito e totalmente touchscreen. Ele é na verdade mais que um controle remoto, pois além de trabalhar com o conteúdo de TVs, DVDs e som, pode levar, através da tecnologia sem fio WiFi, vídeos, fotos e músicas do PC para a televisão.

Mas o controle remoto universal mais divertido do evento foi o SRU 1060, em forma de campo de futebol, com os botões formando dois times de futebol. O time azul controla qualquer TV (na velha Philips do hotel, até que funcionou direitinho) e o time amarelo controla DVDs. Alguns botões aparentemente não têm função, mas isso não importará para muitos fãs de futebol, já que o campinho que forma o aparelho propriamente dito vem acondicionado num recipiente de borracha que também é um abridor de garrafas. A combinação perfeita.

Tudo isso, infelizmente, existe ou está para ser lançado lá fora, em junho (caso dos dois primeiros controles citados). Aqui, só deve chegar no segundo semestre.

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Na fábrica-piloto de controles remotos, em Leuven, os mínimos defeitos são verificados, a exemplo do que acontece com as TVs. Até porque controle remoto tem que ser resistente, pois é manuseado o tempo todo, e sempre se corre o risco de acidentes. Soubemos que houve até casos de mordida de cachorro em controle remoto...